Universidade

Uma vida dedicada a ensinar: docente da UPF exerce a profissão há 44 anos

29/04/2022

17:10

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Tainá Binelo

No Dia do Trabalhador, comemorado neste domingo, 1º de maio, contamos a história do professor Dr. Eldon Henrique Mühl

Comemorado em diversos países do mundo neste domingo, 1º de maio, o Dia do Trabalhador celebra as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Inseridos nas mais diversas áreas e profissões, foram muitos os trabalhadores que já contribuíram e que ajudam a construir a Universidade de Passo Fundo (UPF), em seus 54 anos de existência. Inserido entre esses profissionais, está o professor Dr. Eldon Henrique Mühl, que há 44 anos dedica a vida à UPF – atualmente o profissional que está há mais tempo na Instituição. Além de compartilhar a história de trabalho na Instituição, ele comenta sobre as mudanças ao longo do tempo nas relações trabalhistas nos mais diferentes âmbitos.

Durante as quatro décadas que exerce a profissão de professor na UPF, ele conta que sempre manteve atividades de docência, de pesquisa e de extensão, atuando em cursos de licenciatura, bacharelados e pós-graduação. Por nove anos e meio foi diretor da Faculdade de Educação (Faed) e por muitos anos participou do Conselho Universitário da UPF, do Conselho Municipal da Educação, representando a Instituição, além de comissões e setores diversos. Atualmente, ele é professor, orientador e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu) da UPF.

Quatro décadas de dedicação ao trabalho

A forte relação de trabalho do docente com a Universidade de Passo Fundo começou em 1978, dois anos após se formar em Filosofia na Instituição quando iniciou como professor das disciplinas de Introdução à Filosofia e Metodologia Científica. Na sequência, em 1979, foi desafiado a realizar o mestrado, na Unicamp, e retornou à Universidade após concluir o curso.

Sobre o início da carreira ele lembra dos desafios, mas também do novo momento que viu o Brasil viver: "havia um ar de esperança alimentado pela volta da democracia e a perspectiva da retomada das lutas pela liberdade, pela justiça social, pela ampliação dos direitos à educação, à saúde, ao emprego, à habitação, à terra”.

Durante esse tempo, muitas foram as ações realizadas. O professor destaca a participação no desenvolvimento de importantes projetos no período em que foi coordenador do Centro Regional de Educação e em programas desenvolvidos por meio de convênios com o MEC voltados à promoção da educação. Em 1999, com a conclusão do doutorado, ingressou como docente no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) e pode participar de uma grande conquista do programa: a criação do Doutorado em Educação, em 2010, no mesmo período em que esteve como coordenador do PPGEdu.

Mudanças nas relações de trabalho na visão antropológica

O professor, que é doutor em Filosofia e História da Educação, faz uma análise e reflexão das mudanças do mundo do trabalho conforme o passar dos anos. “O trabalho, do ponto de vista antropológico, é uma potencialidade importante na realização de nossa condição de seres humanos. Ele possibilita que nos tornemos indivíduos autônomos, capazes de produzirmos os meios de sobrevivência e os artefatos necessários para que tenhamos uma vida digna”, afirma Muhl. Entretanto, ele ressalta que, historicamente, o trabalho se tornou, de certa forma, um meio de vantagem de uns sobre os outros. 

“O fenômeno da alienação tem-se intensificado no contexto do capitalismo neoliberal e os mecanismos desenvolvidos pelas modernas tecnologias e sistemas de administração contribuem, infelizmente, muito mais para a ampliação e sofisticação da exploração do excedente do trabalho, do que com a qualificação da vida dos trabalhadores e da sociedade como um todo”, observa o professor. “Ademais, temos o problema da falta de empregos, que faz com que muitos trabalhadores não tenham acesso aos meios básicos de sobrevivência e de uma vida digna”, destaca.

Ambiente acolhedor favorece a realização profissional

44 anos de dedicação ao trabalho na mesma instituição é bastante tempo, né?! Para se manter por tantos anos na Universidade, o docente destaca que o ambiente acolhedor encontrado foi o que ajudou nesta escolha. “A UPF ofereceu condições para o meu crescimento intelectual, humano e à minha realização profissional”, afirma o docente, ao destacar que, embora tenha tido possibilidades de buscar outros espaços de atuação, se manteve na Universidade pelo ambiente humano, solidário e de reconhecimento de muitos colegas e gestores. 

Para ele, o trabalho é melhor desenvolvido em um lugar que possibilita uma vida intelectual e espiritual dos que nela atuam. “Isso não significa que haja momentos de divergência, de conflito, de ressentimento, mas nada que não possa ser superado por um diálogo vivo e respeitoso. Por isso, a universidade precisa sempre priorizar as pessoas e voltar a sua gestão para que o campus se torne um lugar de acolhimento e de solidariedade, alimentado pela formação intelectual e pelo conhecimento científico voltados à humanização”, observa o professor que, conforme o regimento e o estatuto da UPF, deverá ser jubilado em setembro de 2023. “Até lá continuarei atuando como professor, orientador e pesquisador”, destaca.