Universidade

Em casa para cuidar, aprender e ensinar

08/04/2020

13:18

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Arquivo pessoal

Professora fala sobre a importância de manter atividades de rotina, aprendizagem e brincadeiras

O período de quarentena, vivido por grande parte das cidades do país, trouxe uma nova realidade para muitos pais e filhos: a convivência em tempo integral e os desafios de manter a rotina, a aprendizagem e os momentos de diversão. Com o trabalho em casa e as atividades da escola para serem executadas, é necessário unir o útil ao agradável: aprender brincando.

Para a professora Me. Francieli Sartori, a ludicidade é um recurso metodológico importante para auxiliar a aprendizagem das crianças e adolescentes. Utilizando das brincadeiras, jogos e interações, eles têm condições de aprender tanto quanto em sala de aula. Para a pedagoga, egressa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Alfabetização (GEPALFA), o período de quarentena é uma oportunidade para que pais e responsáveis compartilhem experiências e busquem novas ferramentas para que o conhecimento não fique de lado. “As crianças pequenas estão há algum tempo em casa e muitas moram em apartamentos, por isso, a ludicidade é fundamental para que elas continuem interagindo, brincando, se movimentando e não se sintam sozinhas, nem fiquem muito tempo apenas com aparelhos eletrônicos”, destacou.

A brincadeira acaba sendo o incentivo para o desenvolvimento de novas habilidades e para a busca de novas explicações, visto que, para as crianças, é sempre mais agradável trabalhar com questões pela imaginação, seguindo regras por meio das brincadeiras. “As brincadeiras precisam ser intencionais, mesmo sendo dirigidas ou livres. São fontes de prazer que se fundamentam no uso da liberdade: as crianças podem sentir, decidir, se aventurar e agir, recriando o tempo e o lugar, superando desafios e aprendendo. Mas as brincadeiras precisam ter sentido”, explica, lembrando que o momento é também uma oportunidade para que os pais estejam mais presentes e compreendam a importância dos processos formadores, tanto na escola, quanto em casa.

Ela pontua que as atividades dirigidas auxiliam na aprendizagem e compreensão das regras. Nesse momento, os pais, estando mais presentes, precisam acompanhar esse processo, orientando, conversando, desenvolvendo essas ações que auxiliam no crescimento da criança. De acordo com Francieli, as brincadeiras tendem a contemplar o desenvolvimento integral da criança, por isso, são fundamentais aquelas que envolvam concentração, atenção e outras que envolvam movimento, que façam a criança interagir com os pais ou responsáveis, mediadas pela linguagem. Outro benefício, citado pela professora, é que as brincadeiras atuam no controle das emoções da criança, ajudando elas a lidarem com as expectativas, ansiedade, já preparando para a convivência em sociedade.

Francieli coloca em prática as ações com o pequeno Lucca Sartori Bueno, de 10 meses

Movimentar o corpo e a mente
Segundo a professora, que também atua na rede municipal de ensino, o mais importante de tudo é que as crianças não fiquem com o tempo ocioso. Ela explica que, por natureza, as crianças são ativas e precisam de movimento. Por isso, é importante permitir que, neste tempo em casa, elas possam seguir desenvolvendo essa rotina. “Daqui um tempo vamos retomar as atividades normais e a criança não pode perder essa rotina. Essa interrupção pode ser prejudicial para o aprendizado, então, na medida do possível, é preciso manter a rotina, para que ela mantenha seu aprendizado de maneira saudável”, ressalta.

Um exemplo de rotina que pode ser aplicado neste período de quarentena é a ajuda em casa com as tarefas cotidianas. Arrumar o quarto, trocar de roupa sozinhos, tomar banho, ajudar a lavar roupa, colocar a mesa, secar a louça, ajudar a fazer alguma refeição, guardar e arrumar os próprios brinquedos, separar para doação, são alguns tópicos que podem ser colocados em ação, oportunizando, além da movimentação, a ideia de cooperação, individualidade, solidariedade e independência.

Para aqueles que moram em casas e que contam com espaços junto a natureza, Francieli destaca que é uma boa oportunidade para que as crianças entrem em contato com o ambiente, com brincadeiras e jogos que envolvam a terra, grama, folhas e animais. “Sabemos que o período é desafiador para os pais e também para as crianças, mas precisamos aprender com ele. Temos a oportunidade de sair mais fortalecidos enquanto família e também com uma visão mais positiva sobre o mundo. Sabemos que vai passar”, pontuou,

Que tal umas sugestões do que fazer na quarentena?
Francieli, que também é professora de uma escola privada de Passo Fundo, apresenta algumas ideias de brincadeiras e jogos que podem ser feitos em casa.  Além de jogos de tabuleiro, jogos em plataformas digitais, cartas e brinquedos tradicionais, interações mais antigas podem ser tiradas da cartola nesse período. Momentos de leitura e escrita, trabalhando a linguagem, a memória, contação de histórias, danças e interações com palavras cantadas, também podem entrar na lista.

Coelhinho sai da toca
Elefantinho colorido
Caça ao tesouro
Circuitos dentro das casas (cadeiras, fitas no chão, barbantes, bancos, mesas)
Mestre mandou
Estátua
Mímicas
Telefone sem fio
Caixa de adivinhações
Passa anel
Arremesso de bola
Boliche com garrafa pet
Pesca de objetos em bacias
Construção de brinquedos com materiais recicláveis
Construção de fantoches com meias e tecidos
Quebra-cabeça
Desenhos
Recortar e colar figuras
Massa de modelar caseira
Construção de dados com gravuras diferentes para criar uma história
Caixa com letras para relacionar com objetos
Jogo da velha
Vai e vem
Bilboquê com garrafa pet
Associação de imagens com formas (o adulto desenha e a criança tem que associar o contorno com o objeto da casa)