Pesquisa e Inovação

Cientista Político de São Paulo realiza conferência no PPGEdu

26/08/2019

11:36

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

O Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Passo Fundo (PPGEdu/UPF), em parceria com o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e com o CPM Sindicato, promoveu a conferência “Diálogos com pesquisadores: a formação do sujeito pesquisador na perspectiva da cidadania democrática”. A atividade, realizada na manhã de quinta-feira (22), contou com a presença do professor Daniel Cara, doutorando da Universidade de São Paulo (USP). 

Daniel Cara é cientista político e coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (desde 2006). É membro titular do Fórum Nacional de Educação (desde 2010) e do Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Além disso, ele foi membro da direção da Campanha Global pela Educação (2007-2011) e do Comitê Diretivo da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (2009-2012). 

Em sua fala, o pesquisador teceu uma abordagem acerca do processo histórico e político que faz com que, atualmente, a área da educação seja fortemente influenciada pelas áreas econômicas e do Direito. Ele considera que o uso equivocado dos testes padronizados, associados a uma lógica mercantil, colabora para a mediocrização da incipiente educação brasileira. “Pelo fato de ser oneroso ao fundo público enfrentar os problemas reais do sistema de ensino do país, os empresários da educação, que possuem acesso facilitado aos tomadores de decisão nas políticas públicas, se apresentam como alguém que possui todas as soluções para resolver os problemas educacionais brasileiros. Dessa forma, com seus interesses comerciais, se sobrepõem às políticas e projetos que compreendem a educação como um direito de todos”, destacou.

Além disso, o pesquisador e cientista político também realizou uma análise da conjuntura política nacional e das propostas do atual governo federal para a educação. Dentre as iniciativas do governo, destacou a proposta conservadora de educação domiciliar e ações que miram uma política ultraliberal na educação, com vistas a privatizações em todos os níveis de ensino. “Essas perspectivas tentam ser legitimadas sob um discurso falacioso de que a iniciativa privada é mais eficiente que o setor público na oferta de uma educação de qualidade”, pontuou o professor.

Para finalizar, Daniel Cara reafirmou a necessidade e o compromisso que professores e pesquisadores devem ter no sentido de atuarem para fazer prevalecer na educação a razão pedagógica e não a razão mercantil.