Pesquisa e Inovação

Pesquisa desenvolvida na UPF é aceita na revista Bioresource Technology

31/05/2019

08:28

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Artigo desenvolvido pela equipe do Laboratório de Bioquímica e Bioprocessos foi publicada no periódico que cobre o campo da tecnologia de recursos biológicos e tem alto fator de impacto

A elevada demanda por fontes de combustíveis renováveis e mais sustentáveis, que possam substituir a matriz energética atual, baseada no petróleo, tem levado à busca por novas fontes de biomassa para obtenção de biocombustíveis. Os biocombustíveis (bioetanol, biodiesel, biometano, entre outros) podem ser obtidos a partir de diversas matérias primas que contenham os compostos que embasam sua produção. Neste sentido, a produção de biocombustíveis, especialmente bioetanol e biometano, tem sido realizada pelo Laboratório de Bioquímica e Bioprocessos da Universidade de Passo Fundo (UPF), coordenado pela professora Dra. Luciane Maria Colla, como temática integrante das linhas de pesquisa de dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGENG) e o Ciência e Tecnologia em Alimentos (PPGCTA). Nesta semana, a equipe teve um artigo publicado no periódico Bioresource Technology, da Elsevier, que possui fator de impacto 5,8 e classificação Qualis A1 em várias áreas da ciência.

A professora Luciane explica que os carboidratos são usados para a obtenção de bioetanol, lipídios para a obtenção de biodiesel e carboidratos, lipídios e proteínas, podem ser usados na produção de biometano. Dentre as biomassas utilizadas para obtenção de bioetanol, podem ser usados materiais amiláceos como o milho, trigo, sorgo, entre outros, além de lignocelulósicos, que são as palhas, resíduos da agroindústria que contenham celulose, ou ainda, biomassa algal.

Apesar dos benefícios, a produção de biocombustíveis pode apresentar impactos ambientais relacionados ao uso de água, acidificação de solos e eutrofização, dependendo das matérias primas utilizadas para sua produção. Nesse sentido, Luciane ressalta que a produção de biocombustíveis através de microalgas se apresenta como uma alternativa, uma vez que diminui os impactos ambientais relacionados à eutrofização e acidificação de solos, especialmente se a biomassa algal for produzida a partir de efluentes, uma vez que se associa, desta forma, a valoração do efluente com a produção de biocombustíveis.  “As microalgas ainda apresentam vantagens sobre outras matérias-primas por não necessitarem de terras aráveis para o seu cultivo, não competindo com a produção de alimentos, além de auxiliarem na fixação do gás carbônico atmosférico”, pontua.

Um exemplo dessa visão é a dissertação de mestrado do engenheiro ambiental, Alan Rempel, no PPGENG. Ao longo do curso, ele realizou a produção de bioetanol e biometano a partir da biomassa de Spirulina sp. A partir da biomassa de microalgas, o discente realizou procedimentos de hidrólise (sacarificação) para transformar os carboidratos de alto peso molecular presentes na biomassa em açúcares simples, posteriormente produzindo bioetanol por processo de fermentação.  “Todos os resíduos gerados foram testados para a produção de biometano, um gás que pode ser utilizado para geração de energia. A etapa da produção de biometano foi realizada na Universidade Federal da Fronteira Sul, pela coorientação da professora Dra. Helen Treichel e apoio dos pesquisadores Dr. Airton Kunz e Ricardo  Steinmetz, da Embrapa Suínos e Aves”, lembra a orientadora.

Já no PPGCTA, a engenheira de alimentos Angela Astolfi, orientada pelos professores Dr. Jorge Alberto Vieira Costa e Dra. Luciane Colla, desenvolveu um processo para a produção de bioetanol a partir da biomassa Spirulina e amido, realizando ao final da produção do bioetanol, ao invés da produção de biogás, a obtenção de biopeptídios antioxidantes. “Demonstramos, desta forma, a possibilidade de obtenção de biocombustíveis e produtos de alto valor agregado no conceito de biorrefinarias integradas”, reforça Luciane.

De acordo com ela, a equipe comemora o sucesso da pesquisa com o recente aceite do artigo da dissertação de mestrado do Alan Rempel no periódico Bioresource Technology, da Elsevier, que possui fator de impacto 5,8 e classificação Qualis A1 em áreas como a Ciência de Alimentos, Engenharias I, II e III, Ciências Ambientais e Agrárias, Biotecnologia, entre outras.