Extensão

Notícias falsas sobre a Amazônia são tema de bate-papo entre acadêmicos

23/10/2019

17:47

Por: Bruna Oliveira Scheifler. Edição: Assessoria de Imprensa UPF

Fotos: Bruna Oliveira Scheifler

Estudantes do ICB organizam encontro para esclarecer as informações

Em referência ao Dia do Biólogo, celebrado no dia 3 de setembro, e ao Dia da Amazônia, comemorado no dia 5, acadêmicos do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF) promoveram o evento “Fato ou Fake sobre a Amazônia”, no dia 5 de setembro, no Diretório Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. 

Um dos organizadores, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCiAmb) Douglas Huning explica que a ideia do evento partiu de Carlos Toffolo, acadêmico do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas. “Para educar cientificamente as pessoas, porque elas têm caído muito em fake news ou na própria desinformação. Então, a nossa ideia era trazer informações científicas para embasar a discussão na sociedade depois”, explica Douglas. 

Acadêmicos da unidade, de outros cursos da UPF e estudantes do ensino médio participaram da discussão e compartilharam relatos e informações acerca do tema. Os estudantes acreditam que alcançaram o objetivo de disseminar o conhecimento acadêmico. “Cada uma dessas pessoas vai poder multiplicar esse conhecimento e espalhar, evitando também a disseminação de fake news, de notícias que não são precisas”, afirma o organizador e mestrando do PPGCiAmb, Fernando Wons. Ele também acredita que esse conhecimento contribui para a preservação ambiental, que é o foco do encontro.

Entre os fatores que tornam a Amazônia tão importante, e tema do encontro, está a umidade que ela gera e direciona para o sul do país, beneficiando, inclusive, a agricultura. Ela também retém muito carbono, sendo uma “sequestradora de carbono”, como define Douglas. As queimadas no local agravam ainda mais o aquecimento global, outro alvo de notícias falsas. “Uma planta é praticamente carbono puro, então, quando você retira carbono da floresta, queimando ela, você joga para atmosfera, e é esse carbono que vai ajudar o aquecimento global e que possivelmente vai alterar o clima do nosso planeta, prejudicando a relação hídrica e a agricultura e causando crises extraordinárias em nosso planeta”, explica Douglas.

O graduando de Ciências Biológicas (B) Elias Signor considerou o evento uma oportunidade para debater o tema. “Essa troca de ideias sempre é importante porque você vê lados diferentes de uma mesma moeda e todas as pessoas que estavam aqui se importam de alguma maneira com os nossos recursos”, destaca. Ele também pretende cumprir o objetivo do evento e disseminar o conhecimento. “Talvez a gente tenha que discutir dentro do âmbito acadêmico e levar essas informações para fora da academia”, explica. O encontro contou com o apoio do DCE da UPF e com a presença do presidente do Diretório, Dionatan Piedro Ten Kathen.

Fato ou Fake?
Os organizadores levaram para o encontro algumas notícias falsas que foram propagadas e esclareceram questões sobre elas. “Um dos fakes mais disseminados pela internet é o de que as queimadas na Amazônia são naturais e que sempre ocorreram. Isso não é verdade, as queimadas estão interligadas com o desmatamento, as pessoas desmatam primeiro, depois, na época de seca, elas vão fazer a queima do que restou do desmatamento”, explica Fernando. 

O pós-graduando Douglas destaca a “notícia” de que não se desmatou tanto em 2019 quanto em outros anos. “Isso é um dado manipulado, porque nós estamos apenas no final de agosto, começo de setembro, então, nós não chegamos ainda ao final do ano”, afirma o biólogo. Apenas em julho, o desmatamento na Amazônia aumentou 278% em relação ao mesmo mês em 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Baseado nas taxas, o acadêmico tem uma visão pessimista para o ano. “Tudo indica que pode ser um dos piores anos da história até dezembro”, destaca. A Agência de Checagem Lupa também desmentiu a fake news: http://bit.ly/35WIR1o.