Ensino

Agrociência em pauta: a agricultura digital à disposição do agricultor

23/09/2019

17:42

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Jéssica França

Acompanhar a produção agrícola com uso de recursos de sensoriamento remoto é uma prática que vem conquistando o mercado da agricultura. A ferramenta de monitoramento possibilita a produção e o planejamento das atividades de manejo no campo. A Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGAgro), realizou, na tarde desta segunda-feira, dia 23 de setembro, o evento “Agrociência em pauta”, com a palestra “Agricultura digital: sensores e aplicativos no campo”. O evento ocorreu no auditório do PPGAgro, no Campus I UPF. 

Com tecnologia capaz de analisar as imagens recebidas por satélite e demais ferramentas, é possível que o agricultor obtenha acompanhamento rápido e eficiente da produção. A pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Dra. Ieda Del’ Arco Sanches, destacou que o sensoriamento remoto vem encontrando cada dia mais possibilidade de aplicação. “Sensoriamento remoto é a gente adquirir informações de um alvo, sem tocar nesse alvo, é como ter o controle remoto da televisão, o que nos possibilita ligar e desligar remotamente o aparelho. O sensoriamento remoto é isso, colocamos um sensor – seja em um satélite, em um avião, em um drone – e ele vai capturar informações da paisagem, vai ver a agricultura crescendo, se está com alguma doença e se ela está se expandindo”, explicou. 

Conforme Ieda, há muitas aplicações que, com base em dados coletados, possibilitam que se estime uma produtividade e que se avalie se uma cultura está se desenvolvendo bem ou não. No sul do Brasil, por ter uma economia com a agricultura forte, está crescendo bastante essa questão de aplicação de sensoriamento remoto no campo. “É uma ferramenta cada vez mais utilizada para agricultura e tem muita empresa de olho nesse mercado, querendo contratar profissionais. Então, é importante atrair gente da agronomia para aprender essa parte tecnológica, porque a procura está bastante grande”, destacou. 

O também palestrante, pesquisador da Embrapa, Dr. Edson Luis Bolfe, falou sobre as geotecnologias e sua aplicação na agricultura e meio ambiente. “A agricultura de precisão tem que ser vista não somente como uma tecnologia, mas como uma ação do produtor. É preciso pensar o produtor rural em diferentes zonas, saber que a propriedade não é igual em todas as áreas, então, é possível fazer um manejo diferenciado, uma área de encosta, diferente de uma área mais plana ou mais montanhosa, e, a partir disso, utilizar as técnicas”, observou. 

Conforme Bolfe, por meio das imagens de satélite, o produtor consegue ter informações importantes para aumento de sua produtividade. “O agricultor pode colocar uma taxa variada de aplicação de um determinado insumo agrícola ou defensivo agrícola, de forma que a qualidade da produção fique superior, minimizando os custos. Com isso, se em uma propriedade é necessária uma tonelada de calcário e em outra área duas toneladas, você aplica uma taxa média, contudo, isso não garante a produtividade. E com o sensoriamento, você vai aplicar de forma diferente, favorecendo a produção e diminuindo os custos do produtor com o valor agregado no produto e com menos custos”, salientou. 

O evento, além de possibilitar maior aprendizado para os acadêmicos da área, possibilita o contato com os demais pesquisadores do PPGAgro. “Networking é muito importante, já trabalhei em empresas privadas e públicas e vejo como é importante conhecer pessoas. Se você precisa falar com alguém de uma determinada área, sabe a quem recorrer. Então, o Agrociência em pauta possibilita que nós pesquisadores conversemos e conheçamos a pesquisa do colega”, contou a coordenadora do evento e doutoranda do PPGAgro, Ana Paula Humnes do Amaral.