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UPF participa de plano nacional de conservação de espécies

19/06/2019

16:29

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Mariana Gutierrez de Menezes

Plano de ação nacional busca a conservação de espécies ameaçadas no Planalto Sul do Brasil

Os Planos de Ação Nacional (PANs) para a conservação de espécies ameaçadas, antes focados em uma espécie ou em um grupo aparentado, passam a ter uma atuação a nível territorial, abrangendo todas as categorias ameaçadas que ocorrem em determinados ambientes ou ecossistemas do Brasil. Pelas atividades do Projeto Charão, a Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) também foram convidadas a colaborar no planejamento e na execução das ações de conservação das espécies ameaçadas desses ambientes.

Contemplando a conservação de animais criticamente em perigo dos campos de altitude e das Florestas com Araucárias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a estratégia que tem participação da UPF irá atuar a nível territorial. O método busca otimizar esforços e recursos, contemplando espécies muitas vezes pouco conhecidas do ponto de vista científico, permitindo levar em consideração a realidade de cada região, com seus aspectos socioeconômicos, buscando melhor sensibilização das comunidades de cada território e uma melhor inserção nas políticas públicas.

PAN Territorial Planalto Sul

Uma das primeiras iniciativas do plano foi a criação do PAN Território Planalto Sul, abrangendo os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, nas regiões com os ameaçados ecossistemas de campos de altitude e de florestas com araucárias, que conta com a participação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Rio Grande do Sul, do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Santa Catarina, e de universidades e organizações não governamentais que atuam nessa ampla região. A estratégia conta ainda com a parceria do Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A primeira reunião aconteceu no município de São Joaquim/SC, em fevereiro de 2019, quando foi instalado o PAN Território Planalto Sul, e a segunda reunião aconteceu de 10 a 14 de junho, na sede da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) de Lages/SC, quando foram elencadas as principais ameaças para as espécies "criticamente em perigo" (CR) de extinção, os objetivos e as ações que serão implementadas nos próximos cinco anos.

A UPF esteve representada pelo professor Dr. Jaime Martinez, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), pelo envolvimento na conservação de ambientes de Florestas com Araucárias intimamente associadas no suporte alimentar ao papagaio-charão e papagaio-de-peito-roxo, alvos de pesquisa e proteção do Projeto Charão (AMA-ICB/UPF), tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina, onde o projeto mantém a Reserva Particular do Patrimônio Natural Papagaios-de-Altitude, área natural protegida que protege milhares de pinheiros-brasileiros e uma rica diversidade da fauna silvestre.

Na coordenação geral da implementação dos PANs Territoriais está o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que instituiu a Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PRÓ-ESPÉCIES; todos contra a extinção), que é financiada pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), tendo como agência executora o WWF-Brasil. Com essas ações, o Brasil busca somar esforços com a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da Organização das Nações Unidas, no sentido de evitar até o ano de 2020 a extinção de espécies ameaçadas conhecidas, melhorando sua situação de conservação.

Terceiro corredor ecológico de Santa Catarina

Em ambos encontros do PAN Território Planalto Sul, buscando otimizar esforços de reunir pesquisadores e instituições, também vem sendo conduzido o planejamento do terceiro corredor ecológico para o estado de Santa Catarina, uma vez que ambas as iniciativas compartilham uma significativa área territorial, contemplada nas duas estratégias de conservação.

O planejamento vem sendo realizado pelo órgão estadual de meio ambiente, o IMA, juntamente com a Fundação CERTI, o Projeto Charão (AMA-ICB/UPF) e a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O grande objetivo do corredor é buscar e trazer políticas públicas de desenvolvimento para essa região, valorizando a cultura, o modo de vida e os ambientes regionais que abrigam os mais significativos remanescentes de Florestas com Araucárias. O corredor deverá contemplar cerca de 25 municípios e fará a conexão com outros dois corredores ecológicos já implantados na região Norte de Santa Catarina, que são o Timbó e o Chapecó.