A NASA divulgou, em 11 de julho, as primeiras imagens capturadas pelo telescópio James Webb
Olhar para o céu numa noite estrelada é olhar para o registro do passado. As luzes que iluminam as noites na Terra saíram anos e anos antes de chegarem aqui, mesclando, de forma filosófica, o presente neste planeta e o passado no universo. Esse exercício de olhar para cima e ver o espaço é feito antes mesmo de existir a escrita entre os humanos e perdura até hoje, com uma veia tecnologia em toda a modernidade que o século XXI permite.
A Agência Espacial Americana (NASA, sigla que em português significa Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) divulgou em 11 de julho algo nunca antes feito: o registro mais antigo do nosso universo.
A foto que rodou o mundo foi feita pelo Telescópio Espacial James Webb e fotografa, segundo a NASA, a visão infravermelha mais profunda e nítida da história. O registro é do conglomerado de galáxias nomeado de SMACS 0723, como era a 4,6 bilhões de anos - para efeito de comparação, o planeta terra tem 4,5 bilhões de anos.
O registro mais longe do universo
A foto divulgada pela NASA é tão importante pois marca a história como o registro mais profundo já feito.
O professor e coordenador do curso de Física da Universidade de Passo Fundo (UPF), Me. Alisson Cristian Giacomelli, explica sobre a foto. “Esta é uma imagem de céu profundo, ou seja, a gente está capturando uma imagem do céu muito longe, coisa que com qualquer outro telescópio nunca havia sido possível observar”.
Segundo o professor, o conglomerado de galáxias é uma região do espaço com muita massa, podendo ser capturada por esse motivo. Esta característica permite que ocorra o efeito da Lente Gravitacional, recurso na astronomia que é usado para ter um registro de céu profundo mais eficiente, usando a gravidade como lente de algum objetivo da região observada no espaço.
Porém, esta não é a única foto que virou um marco na astronomia. Ao longo das últimas décadas, várias fotos ganharam destaque por mostrarem visões que entraram na história da física.
A Primeira Imagem de um Buraco Negro
Em 2019 foi divulgada a primeira imagem de um buraco negro na história. O registro foi captado pelo projeto Event Horizon Telescope (EHT), uma rede de radiotelescópios espalhados pelo planeta.
Os buracos negros são aglomerados com uma enorme massa de matéria concentrada em um volume pequeno, o que leva à distorção do espaço-tempo. O buraco negro da imagem está na galáxia M87, a cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra, segundo os responsáveis pelo projeto internacional.
“Um pálido ponto azul”
Esta é umas das frases mais memoráveis de toda a física e um dos seus principais nomes, Carl Sagan. A frase dita pelo físico que apresentou a série “Cosmos” marca uma das fotografias mais icônicas da história.
“A foto mostra a Terra vista de longe pela missão Voyager. Ela revela a Terra como um pontinho azul muito pequeno, muito distante, sendo a imagem mais distante sido feita da Terra até então”, relata o professor.
A Terra vista da Lua
As missões Apollo, que levaram o homem à Lua, marcaram a história. A Apollo resultou, em 1969, na célebre frase “um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para a humanidade”, de Neil Armstrong.
Mas um ano antes deste feito histórico, uma foto icônica ganhou as manchetes: o primeiro registro da Terra vista da Lua. A foto feita da Apollo 8 recebeu o nome de Earthrise - "O nascer da Terra", em uma tradução livre.
O Cosmo e toda sua dimensão
Chega ser difícil ter mentalmente a dimensão do tamanho do Cosmo. Imaginar a imensidão e o tamanho do espaço é um exercício que não é nada fácil, e olhar uma foto com quase 15 mil galáxias parece uma mentira, mas não é.
Esse foi um dos registros feito pelo telescópio Hubble em céu profundo, assim como seu “sucessor”, James Webb fez nos últimos meses. Esta imagem impressionante só foi possível graças à combinação de sensores de luz ultravioleta, captação infravermelha e de registros de luz visível.
“Esta é uma das maiores vistas panorâmicas do fogo e da fúria do nascimento de estrelas no Universo distante, mostrando também as numerosas estrelas que estão em formação em boa parte dessas galáxias”, divulgou a NASA junto com a foto, no ano de 2018.