Coleção científica do Laboratório de Herpetologia conta com mais de 100 espécies que são utilizadas para estudos e pesquisas por estudantes de graduação e pós-graduação
Atividades de ensino, pesquisa e extensão integram a rotina do Laboratório de Herpetologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF). O espaço é utilizado por estudantes de graduação, mestrados e doutorados para estudos de anfíbios e répteis em diversos aspectos da sua biodiversidade, principalmente, a existente no Norte do Rio Grande do Sul.
A coleção científica do laboratório conta com mais de cem espécies, sendo mais de 3 mil exemplares de anfíbios, como sapos, rãs e pererecas e 2 mil de serpentes, além de outros répteis, como lagartos e tartarugas. Além da pesquisa, fazem parte das ações do laboratório outros projetos paralelos, como de extensão em trilhas, monitoramento da fauna, suporte às disciplinas de Zoologia e parcerias com as pós-graduações.
Trabalhos de campo são realizados por acadêmicos e professores, com o objetivo de coleta de dados biológicos dos animais, objeto do estudo. “No caso de haver algum dado importante, o animal é trazido para o laboratório”, afirma a coordenadora do Laboratório de Herpetologia, professora Dra. Noeli Zanella, ao mencionar uma espécie de serpente que foi encontrada com uma lesão na cabeça e precisou ser sacrificada. “Muitas pessoas, com medo dos animais peçonhentos, acabam matando esses animais e trazendo para o laboratório para identificação. Fazemos todo um trabalho de educação e orientação para que as pessoas não matem esses animais, pois eles são importantes para o equilíbrio da natureza. Entretanto, para nós, é uma base importante de informações para estudar a biologia deles”, pontua a professora.
Ser um espaço de aprendizado e contribuir com a formação dos acadêmicos também faz parte da finalidade do espaço, local de estágio da bolsista de iniciação científica (Pibic/UPF), Alyssa Freitas, que está no quinto semestre de Ciências Biológicas e tem um projeto de pesquisa sobre anomalias celulares nos anfíbios. “O ICB incentiva muito os estudos a campo, principalmente, na disciplina de Zoologia, e foi o que me motivou a iniciar o estágio aqui no laboratório. A gente tem uma base muito grande de herpetologia aqui dentro, estamos sempre aprendendo e como é muito incentivado o estudo nessa área, a gente acaba se apaixonando”, comenta a estudante, destacando que desde o começo da graduação demonstrava interesse em fazer estágio no laboratório.
Apesar de muitas pessoas não terem apreço por estes animaizinhos, os anfíbios são muito importantes para o equilíbrio da natureza, já que são bioindicadores da qualidade do ambiente. “Temos feito estudos em várias frentes, como alterações ambientais, o efeito de contaminantes ambientais sobre eles e o estudo de comunidades animais, que é um foco importante do laboratório também”, avalia a coordenadora do laboratório.
Com relação aos répteis, a relevância deles para o meio ambiente ocorre por fazerem parte de várias cadeias alimentares, uma delas, a de controle dos roedores. “Se a gente elimina serpentes do ambiente, vamos ter uma proliferação de roedores. Só com isso a gente já sintetiza o que seria a falta desses animais no ambiente”, observa a professora Noeli.
O Laboratório de Herpetologia da UPF ainda é responsável pelo monitoramento da fauna no Campus, uma exigência à licença de operação ambiental. “Temos uma equipe que faz monitoramento da fauna todos os meses no Campus I da UPF. Além de répteis e anfíbios, também monitoramos mamíferos”, destaca a professora Noeli, ao ressaltar. “Cuidamos da biodiversidade, depositamos a biodiversidade em coleções e ela é extremamente importante para mantermos um histórico não só regional, como nacional, porque as nossas coleções dão subsídios para vários outros estudos de outras universidades, que, muitas vezes, nos solicitam material emprestado”, comenta a coordenadora.
O Laboratório de Herpetologia fica localizado no prédio do ICB, Campus I da UPF. As novidades e ações realizadas pelos acadêmicos, professores e pesquisadores podem ser acompanhadas no Instagram @herpetoupf.