Acadêmicos de Biologia realizam viagem de estudos de biogeografia

  • Por: Assessoria de Imprensa
  • Fotos: Divulgação

Com o objetivo de estudar a distribuição de plantas e animais pelo território, buscando identificar elementos da paisagem que facilitam esse processo, assim como as barreiras geográficas, antrópicas e ecológicas que dificultam ou impedem a ocupação dos ecossistemas, acadêmicos do curso de Ciências Biológicas realizaram uma viagem de estudos entre os dias 15 e 17 de novembro. As atividades da aula prática contemplaram as regiões fisiográficas do Planalto Médio, da Depressão Central e Periférica e a região da Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul. 

De acordo com o professor Dr. Jaime Martinez, que acompanhou a atividade, desde Passo Fundo, a uma altitude de cerca de 650 m acima do mar, foram sendo realizadas paradas para análise da paisagem em termos de cobertura de vegetação original, vegetação atual, relevo, altitude, elementos da fauna e da flora, assim como a identificação de eventuais barreiras para a dispersão dos seres vivos.

Em Santa Maria, os acadêmicos puderam observar os efeitos da drástica mudança da paisagem, nos bordos do grande derrame de basalto que constituiu o planalto rio-grandense, com a mudança no tipo de relevo, altitude e vegetação. Para facilitar a observação, a turma utilizou o Parque Natural Municipal dos Morros, realizando uma caminhada com variação de cerca de 350 m, ao longo da vegetação típica dos bordos do planalto naquela região, a Floresta Estacional Decidual. No município, o grupo foi acompanhado pelo secretário adjunto do meio ambiente do município, geógrafo Guilherme Rocha, e do montanhista Rafael Camilo, que abordaram aspectos da biogeografia da região, em transição com a depressão central e periférica.

Já na região da Depressão Central, a viagem de estudos alcançou a menor altitude da paisagem, com apenas 35 m acima do nível do mar, para logo mais ao sul subirem para a Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul, onde localiza-se o Escudo Rio-Grandense, com as regiões geológicas mais antigas do estado. Nessa região, segundo Martinez, os acadêmicos realizaram estudos por dois dias, focando em duas localidades de Caçapava do Sul, considerada a capital da geodiversidade, no Parque Municipal da Pedra do Segredo e nas regiões das Guaritas. 

No Parque Municipal da Pedra do Segredo, a turma foi acompanhada pela gestora do local, Jackeline Moreira, por uma trilha interpretativa de 8,4 km, analisando as formações geológicas da região, e, como elemento de estudo biogeográfico, a turma focou na dispersão das espécies de cactus, por ser a região mais rica do estado nesse grupo da biodiversidade. O professor relata que, na região das Guaritas, próximo das Minas do Camaquã – onde no passado houve extração de ouro e cobre –, os estudos biogeográficos seguiram dedicados aos cactus, e foram acompanhados por uma aula sobre a geologia da região, ministrada pela geóloga Ana Paula Correia, da empresa Guarita Geoturismo, e pelo professor Vinicius Matté, da Unipampa, Campus de Caçapava do Sul.

A viagem contou ainda com um pouco da história da região de Caçapava do Sul, que foi a segunda capital Farroupilha, com orientação do secretário municipal de cultura e turismo, João Thimoteo Machado, e do diretor de Turismo Erni dos Santos Rocha, narrando os fatos marcantes da República Rio-Grandense, ao visitar o Museu Municipal e os prédios históricos da cidade, assim como o Forte Dom Pedro.