Evento que comemora os 35 anos da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo é sediado na Universidade de Passo Fundo
A Universidade de Passo Fundo (UPF) sedia o VIII Colóquio Nacional de Direitos Humanos. O evento conta com o apoio da Universidade e de diversas instituições de ensino e organizações. A abertura do evento ocorreu na noite dessa terça-feira, 7 de maio, no auditório da Faculdade de Direito (FD), no Campus I da UPF. O evento, que segue nos dias 8 e 9 de maio, tem como tema norteador os “Direitos humanos e a resistência”, celebrando também os 35 anos de atuação da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF).
A reitora da UPF, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin, salientou em seu discurso a importância da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo. “Agradecemos à Comissão, que tem um laço muito forte com a comissão estadual e nacional e está sempre a nos provocar, nos ofertando suas múltiplas mãos, nos instigando a produzir debates e a aprofundar questões tão relevantes para que possamos defender todas as formas de vida, para se viver com dignidade”, disse.
O vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, professor Dr. Rogerio da Silva, destacou a satisfação da Universidade em sediar o evento. “A UPF tem a prerrogativa de incentivar ações de direitos humanos, e pela primeira vez o colóquio, que já é um evento tradicional promovido pela CDHPF, ocorre na UPF e na Faculdade de Direito. Isso é bastante representativo, porque proporciona que os nossos alunos e professores dos mais variados cursos possam estar presentes nesse evento”, pontuou.
A abertura do Colóquio contou com a apresentação artística do Grupo Alforria. O presidente da CDHPF, Paulo César Carbonari, explicou que o Colóquio tem por finalidade provocar a reflexão na sociedade sobre os direitos humanos. “Talvez ele cumpra o papel de chamar a atenção da sociedade para os direitos humanos, porque isso tem relação com a vida de todas as pessoas. O tema é resistência porque ele é um direito chave dos direitos humanos, que nascem na história da humanidade como resistência, quando, em 1948, a ONU proclama a Declaração Universal de Direitos Humanos, exatamente como uma forma de resistir ao totalitarismo e à barbárie com os eventos depois da Segunda Guerra Mundial”, comentou.
Resistência à opressão
Conforme o presidente da Comissão, sempre que se fala em direitos humanos, se fala em resistir à opressão. “É se opor às violências e às discriminações de todas as formas, que destroem a humanidade, que diminuem os seres humanos e que põem eles em condições de desigualdade. Então, pensar em direitos humanos é pensar nesses processos em que a humanidade, ao mesmo tempo em que diz que temos direito, tem consciência de que muitos sofrem violações e que não tem seus direitos respeitados”, finalizou.
A conferência de abertura abordou a temática “Direitos humanos e resistência popular”, com a palestrante Dra. Soraia Mendes (UniCEUB). “Este é um evento que vem de mais de duas décadas em uma construção de discurso de direitos humanos que infelizmente não foi assimilado, não somente no Brasil, mas também internacionalmente e que, mais do que isso, nesse momento, vem sendo duramente combatido. Então, é muito importante pela questão histórica e acredito que falar de resistência sem falar dos momentos pelos quais nós estamos passando é abrir mão de ligações e lições de estratégias de resistência”, comentou.
Prêmio Passo Fundo de Direitos Humanos
Durante o evento, foi entregue o Prêmio Passo Fundo de Direitos Humanos, que tem o objetivo de homenagear e promover instituições e pessoas que têm o compromisso, destacando-se na luta pela dignidade e pelo respeito ao ser humano. O Prêmio tem duas modalidades: personalidade e organização. Na categoria personalidade, a premiação foi entregue a Carmem Lorenzoni, religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, por seu trabalho desenvolvido junto a trabalhadores camponeses. Na categoria organização, Oraides de Oliveira e Jorge Vieira receberam a homenagem em nome do Quilombo da Mormaça e Quilombo da Arvinha.
Confira a programação dos demais dias do evento:
08/05/2019 – Quarta Feira
8h às 12h – Comunicações
14h às 16h – Minicursos e oficinas
16h30min às 18h – Cine-fórum
19h30min – Atividade cultural
20h às 22h – Painel temático 1: Contexto restritivo: a que e a quem resistir?
Painelistas: Dr. Tau Golin (UPF) e Ddo. Danilo Braga (UFRGS Kaingang)
09/05/2019 – Quinta Feira
8h às 12h – Comunicações
14h às 16h – Minicursos e oficinas
16h30min às 18h – Abertura da exposição Amor que Mata (Portal das Linguagens UPF)
19h30min – Atividade cultural
20h às 22h – Painel temático 2: Caminhos alternativos: para (re)existir
Painelistas: Dr. Roger Rios (UniRitter) e Dra. Magali Mendes (UFRGS)
22h às 22h15min – Ato de encerramento do Colóquio