Parceria entre UPF e prefeituras fará levantamento sobre violência contra a mulher

O elevado índice de violência contra a mulher foi tema de um encontro entre a equipe do Projur Mulher e Diversidade de Soledade e a Prefeitura de Soledade. Por meio de uma ação proposta pela coordenadora do Projeto na UPF, professora Dra. Karen Beltrame Becker Fritz, e da prefeita, Marilda Borges Corbelini, a temática foi apresentada para 13 municípios que integram a Associação dos Municípios do Alto da Serra do Botucaraí (Amasbi). A partir do encontro, nasceu uma parceria que fará um levantamento sobre a violência presente na região, bem como as possibilidades de enfrentamento e resolução. Um novo encontro entre os gestores já está agendado para organizar a ação.
 
A reunião também contou com a presença do diretor da UPF Soledade, professor Me. Idioney Oliveira Vieira, além das bolsistas do Projur Mulher e Diversidade de Soledade, Joanna Pereira Parisotto e Camila Vitória Soares.
 
Na oportunidade, a professora Karen apresentou um panorama da violência contra mulheres em situação de vulnerabilidade no mundo e Brasil. Ela destacou a triste posição do Brasil no ranking de violência contra a mulher, que ocupa o quinto lugar, mesmo tendo uma das legislações mais avançadas do mundo, com a Lei Maria da Penha. “São muitas questões que devem ser levadas em conta, como a dificuldade em relatar sobre a violência sofrida, a presença da violência em frente aos filhos, a continuidade das mulheres no relacionamento violento. São realidades no Brasil são que merecem atenção”, ressaltou, referindo ainda o ciclo vicioso da violência doméstica e familiar contra as mulheres e os alarmantes dados do aumento da violência no momento de pandemia.
 
A prefeita Marilda destacou a existência da problemática de violência contra a mulher em Soledade e nos municípios da região que fazem parte da Associação. A partir disso, a professora Karen apresentou uma proposta de diagnóstico da violência contra a mulher no município de Soledade.

Ação baseada na realidade

O projeto se dará em três etapas. Primeiramente um levantamento dos registros de casos ao longo do tempo, seguido da qualificação dos tipos de ocorrências de violência contra a mulher e, por fim, a análise do padrão de violência de acordo com a base de dados disponível.
 
Para Karen, a proposta deve contar com a participação do Projur Mulher e Diversidade de Soledade, do curso de Direito da UPF Soledade, da Prefeitura de Soledade e Coordenadoria da Mulher; além da Delegacia de Polícia e Ministério Público. “O que propomos, como possíveis ações, derivadas do projeto, são oficinas sobre desigualdade de gênero; alternativas para geração de renda; capacitação profissional às mulheres em situação de vulnerabilidade e sobre bem-estar financeiro para mulheres. Além disso, o encaminhamento às oportunidades de emprego a mulheres em situação de vulnerabilidade”, explica a coordenadora do Projur Soledade.
 
De acordo com professora, o projeto foi acolhido pelos prefeitos presentes. A prefeita de Soledade solicitou a efetivação do projeto para todos os municípios da Amasbi, com diagnóstico e potenciais ações propostas.
 

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