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Observatório de Bioética inicia atividades no Rio Grande do Sul

08/11/2018

15:41

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Sammara Garbelotto/Assessoria de Comunicação Arquidiocese de Passo Fundo

Lançamento aconteceu na noite dessa quarta-feira (7) e envolveu as arquidioceses e dioceses do estado e, ainda, as instituições de ensino envolvidas no projeto, como a UPF

Com o objetivo de pensar a vida, a partir da perspectiva bioética, desde o seu início até o seu final, foi lançado, na noite dessa quarta-feira (7), na Casa de Retiros, em Passo Fundo, o Observatório de Bioética - uma rede multidisciplinar, envolvendo a Igreja Católica do Rio Grande do Sul e outras entidades educacionais. A iniciativa é da Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de mais oito instituições parceiras de ensino superior, dentre elas, a Universidade de Passo Fundo (UPF).

Segundo Dom Ricardo Hoepers, bispo da Diocese de Rio Grande, idealizador do Observatório e doutor em Bioética pela Academia Alfonsiana, de Roma, a ideia do Observatório é fornecer vários olhares a respeito da vida. “Não queremos determinar nada, queremos observar para conhecer melhor a vida. Que esses diversos olhares sejam colocados na mesa para respondermos melhor à realidade da vida, que é múltipla”, destacou.
 
Além de apresentar a proposta do Observatório – que é pioneiro no país e se constitui em uma oportunidade de aproximar a Igreja Católica do campo da ciência –, a atividade envolveu a comunidade em uma mesa redonda com o tema “Os desafios da Bioética na Igreja e no mundo”, com os professores Dra. Marilene Rodrigues Portella (UPF), Dr. Mário Antonio Sanches (PUCPR), e Dr. Ir. Marcelo Bonhemberger (PUCRS). Mediada pelo professor Dr. Diego Carlos Zanella, a mesa redonda abordou o conceito de bioética, o modo como ela se relaciona com a Igreja, o modo como ela já foi abordada pelas encíclicas e documentos papais, e, mais especificamente, a questão do envelhecimento humano e fim da vida – foco das pesquisas do polo de Passo Fundo. “O nosso desafio é criar uma leitura mais ampla da vida, sem desprezar nenhuma de suas dimensões. Os elementos biológicos são importantes, mas os biográficos também. É preciso respeitar a vida em sua integralidade”, destacou, em sua fala, o professor Mário Sanches. “O desafio é dizer que não podemos abrir mão da vida em seus contextos biológicos, sociais e biográficos”, complementou.

Dom Rodolfo Weber, arcebispo de Passo Fundo que, durante o lançamento, representou a Província Eclesiástica de Passo Fundo, e, também, o presidente da Regional Sul 3 da CNBB, Dom Jaime Spengler, destacou o desafio e o objetivo de o Observatório cuidar da vida. “Quando olhamos a vida humana, percebemos o quão rica ela é. É desafiador compreender a vida e o ser humano em suas diferentes dimensões. Ao mesmo tempo em que é fascinante, estudar a vida motiva o surgimento de muitas questões. Nesse sentido, a Igreja se sente responsável e tem muito a contribuir no cuidado da vida”, disse, e acrescentou: “Não queremos ficar apenas no debate, queremos que esse trabalho se transforme em pastoral. São esses os diálogos que se estabelecem nesse Observatório. Queremos, de fato, trabalhar em rede. Quanto mais aquilo que for refletido chegar até as pessoas, melhor é”, enfatizou.

Mapeamento e coleta de dados
Depois de lançado, o projeto parte, agora, para uma etapa de mapeamento de tudo aquilo que já é estudado e pesquisado em cada um dos quatro polos de atuação – Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo. Assim, as questões relacionadas à vida a partir das perspectivas científicas, filosóficas e teológicas serão a pauta em grupos de estudos interdisciplinares e multiprofissionais. O objetivo é, portanto, fomentar os temas da bioética com dados, coletados por meio de pesquisas científicas, que possam contribuir nos debates da sociedade, em promoção e defesa da vida. O primeiro retorno sobre as pesquisas deve ocorrer em seis meses, no final do primeiro semestre de 2019, a partir dos estudos que já estão em andamento nas universidades.

Em Passo Fundo
Com o objetivo de estudar e discutir questões ligadas ao fim da vida, o polo de Passo Fundo envolve, além da UPF, a Arquidiocese, a Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (Fasurgs), o Hospital da Cidade (HC), o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), a Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (Itepa Faculdades), a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Faculdade Meridional (Imed). Assim, questões como eutanásia, cuidados paliativos, suicídio assistido, distanásia, testamento biológico, doenças terminais e questões ligadas aos idosos serão responsabilidade desse polo.

Conheça a equipe de trabalho do Polo Passo Fundo
• Andrei Lodea (UPF – Filosofia)
• Debora Marchetti (HSVP – Psicologia: Grupo Consultor de Cuidados Paliativos)
• Edison Difante (UPF/UFFS – Ética do Conhecimento e Filosofia)
• Júlio Cesar Stobbe (UFFS – Medicina)
• Letícia Stefenon (FASURGS – Odontologia e Cep)
• Luiz Antonio Bettinelli (UPF – Enfermagem e Mestrado Em Envelhecimento)
• Marilene Rodrigues Portela (UPF – Mestrado em Envelhecimento Humano)
• Marisa Basegio Carreta Diniz (HC – Enfermagem)
• Maurício Luzzi (HSVP – Enfermagem: Grupo Consultor de Cuidados Paliativos)
• Nadir Antonio Pichler (UPF – Filosofia e Ética do Conhecimento)
• Pe. Ivanir Antonio Rampon (Itepa – Teologia)
• Vanderlei Farias (UFFS – Diretor Campus Passo Fundo)
• William Brizola Lisboa (HSVP – Fonoaudiologia: Grupo Consultor de Cuidados Paliativos
• José Antonio Prestes e Claudete Fátima Prestes (Casal que representa a Pastoral Familiar – Promoção e Defesa da Vida CNBB Sul 3 | Província de Passo Fundo)