Universidade

Neuroeducação foi o assunto da Aula Magna da UPF

20/02/2019

20:54

Por: Camila Guedes e Natália Fávero

Fotos: Camila Guedes e Natália Fávero

Evento, que ocorreu na quarta-feira, 20 de fevereiro, marca o início do ano letivo da Instituição

O início do ano letivo da Universidade de Passo Fundo (UPF) contou com uma Aula Magna, na noite de quarta-feira, 20 de fevereiro. A comunidade acadêmica, em especial os docentes da Instituição, participaram do encontro que discutiu “Neuroeducação: pressupostos epistêmicos e implicações éticas”, tema abordado pelo doutor em Filosofia, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Dr. Darlei Dall’Agnol. O evento foi realizado no Centro de Eventos da UPF.

O encontro foi promovido pela Reitoria e teve como abordagem os desafios colocados às universidades enquanto promotoras da construção do conhecimento considerando os avanços da neurociência. A reitora da UPF, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin, deu as boas-vindas e ressaltou a importância do tema abordado. De acordo com a reitora, o início de um novo semestre é o momento de olhar para o futuro e de se questionar sobre o que significa educar (ou ensinar) hoje. “Como é possível atender aos anseios da sociedade que espera como resultado do nosso trabalho a formação de pessoas competentes, com espírito crítico e inovador, capazes de agir criativa e colaborativamente frente às prementes demandas herdadas do passado e às exigências do futuro?”, refletiu.

Ainda segundo Bernadete, a UPF tem o firme propósito de, neste ano, investir mais e mais na qualidade educativa. “Isso inclui refletir na e sobre a prática pedagógica, compreender os problemas do ensino, analisar os currículos, reconhecer a influência dos materiais didáticos nas escolhas pedagógicas, socializar as construções e trocas de experiências, de modo a avançar em direção a novas aprendizagens, num constante exercício de prática reflexiva, colaborativa e coletiva, mobilizando a todos para continuarem aprendendo nos diferentes contextos e situações”, destacou.

O vice-reitor de Graduação, professor Dr. Edison Alencar Casagranda, enfatizou a importância da Aula Magna, que já se tornou uma tradição na Instituição, como um momento de confraternização e reencontro. “Neste ano, nós tivemos um início um pouco diferente, voltamos três dias antes no início das aulas para que essa confraternização pudesse acontecer nos colegiados de curso, nas unidades. Sendo assim, hoje é um momento especial para a gente rever os professores que não são das nossas unidades, dos nossos cursos, mas também, de modo especial, para refletirmos sobre um tema tão importante como o de hoje, que é a neuroeducação e os desafios que ela apresenta para a Universidade de Passo Fundo e para o ensino no século XXI”, ressaltou. 

Também participaram da solenidade de abertura a presidente da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), Maristela Capacchi, e os vice-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Dr. Antônio Thomé, de Extensão e Assuntos Comunitários, professor Dr. Rogerio da Silva, e Administrativo, professor Dr. Cristiano Cervi. Integrantes do Conselho Diretor da FUPF, membros do Conselho Universitário, diretores das unidades acadêmicas e dos campi, coordenadores de curso, coordenadores adjuntos, de áreas institucionais, de extensão e de pesquisa, professores do Centro de Ensino Médio Integrado UPF e da UPF Idiomas, coordenadores regionais de Educação de Passo Fundo e região e secretários municipais de Educação de Passo Fundo e da região de abrangência da Universidade, entre outros convidados da comunidade acadêmica, também estiveram presentes. A recepção do encontro contou com a participação do Núcleo Suzuki da UPF.

Sou UPF Professor

A Aula Magna também foi o momento escolhido para o lançamento do aplicativo Sou UPF Professor, que tem como objetivo oferecer aos professores da Universidade a possibilidade de uso de uma ferramenta que agilize e facilite o trabalho docente. Integrado aos sistemas da Instituição, o aplicativo permite o acesso rápido, via smartphones e tablets, a diversas informações importantes. A partir desta quinta-feira, dia 21 de fevereiro, quando o aplicativo estará disponível para download, os professores terão à sua disposição recursos como o registro de frequência e conteúdo das aulas; adição e disponibilização de material de apoio; registro de notas das avaliações do semestre; acesso ao plano de ensino (pdf); feed de notícias UPF; entre outros.

De acordo com o vice-reitor de Graduação, que apresentou o aplicativo, o Sou UPF Professor chega com o propósito de ser uma ferramenta cujo objetivo é contribuir, ainda mais, com a tarefa de organizar e qualificar os espaços de ensino e de aprendizagem. “Permanece, no entanto, entre outros aspectos, o desafio de um ensino reflexivo, a exigência de uma sala de aula dialógica e a necessidade de um planejamento didático-pedagógico que coloque o aluno no centro da aprendizagem”, pontuou.

Revolução no modo de ensinar e aprender

Os estudos a respeito do funcionamento do cérebro impactam diretamente, dentre outras áreas, na educação, e, por consequência, nos processos formativos que se desenvolvem nas instituições de ensino considerando os aspectos cognitivos, emocionais, éticos e sociais envolvidos na construção do conhecimento e na formação humana.

O palestrante do evento, professor Dr. Darlei Dall’Agnol, da Universidade Federal de Santa Catarina, falou sobre “Neuroeducação: pressupostos epistêmicos e implicações éticas”. Ele explicou que a neurociência é uma ciência recente e estuda o sistema nervoso central. Durante o encontro, ele ressaltou um subdomínio da neurociência, chamada neurociência cognitiva, que estuda o modo como as pessoas aprendem. Segundo o palestrante, ela tem feito revelações importantíssimas, que, diante da situação atual da produção do conhecimento, estão fazendo com que as universidades repensem o seu papel e façam com que cada professor também repense o modo como se educa pessoas. “O conhecimento está se disseminando e as pessoas estão aprendendo diretamente das fontes da internet. A universidade não pode mais competir e se manter presa no ensino tradicional”, ressaltou Dall’Agnol.


Confira áudio do palestrante aqui


O professor enfatizou que a universidade precisa se inovar e fazer com que os docentes ensinem levando em consideração as descobertas da neurociência. “A grosso modo, a grande revolução que me refiro é transitar de um ‘saber que’ para um ‘saber como’. Isso significa transitar de uma mera transmissão de teorias e hipóteses científicas, para o cultivo de habilidades. Habilidades de pesquisa, de aprender, como aprender, e assim por diante”, revelou o palestrante, que também é doutor em Filosofia pela Universidade de Bristol, Inglaterra, e pós-doutor em Metaética pela Universidade de Michigan, Estados Unidos.

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