Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Jéssica França
Dia do Engenheiro de Alimentos também é celebrado com debates sobre a erradicação da fome e a produção sustentável de alimentos
No dia 16 de outubro, é comemorado o Dia Mundial da Alimentação. Não por acaso, a data também marca o Dia do Engenheiro de Alimentos e foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), para fomentar ações em todo o mundo no combate à erradicação da fome.
Segundo o coordenador da Engenharia de Alimentos da Universidade de Passo Fundo (UPF), professor Dr. Vandré Brião, a discussão se acirra em torno do tema, pois a fome nem sempre é saciada com uma alimentação saudável. “Matar a fome nem sempre é nutrir-se. Percebemos essa diferença quando olhamos para um lado e vemos 820 milhões de pessoas passando fome, e ao olhar para o outro lado, vemos que uma em cada três pessoas é obesa. A obesidade atinge 670 milhões de adultos, 120 milhões de crianças e jovens (entre 5 e 19 anos) e 40 milhões de crianças com menos de 5 anos. E à medida que os maus hábitos alimentares cresceram, paralelamente ao sedentarismo, as doenças cardiovasculares também evoluíram, estimando-se que um quinto das mortes em todo o mundo tem origem nessa má alimentação”, comenta o professor.
Ainda de acordo com Brião, muitas vezes os alimentos não são compatíveis com o que realmente se necessita para nutrir o organismo. “Lembramos que a ‘Fome Zero’ é o segundo dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. Esses números alarmantes realmente nos fazem refletir que o conceito de matar a fome não está tão próximo assim do que chamamos de uma alimentação saudável. Complementando o cenário das duas faces da moeda, alimentos nutritivos que constituem uma dieta saudável não estão disponíveis ou são acessíveis para muitas pessoas, especialmente aquelas mais pobres”, disse.
Conforme a FAO, enquanto a fome afetou 821 milhões de pessoas em todo o mundo em 2017, a proporção de adultos obesos chegou a 13,3% em 2016 – o equivalente a 672 milhões de pessoas. Já pessoas com sobrepeso ultrapassam o número de pessoas em insegurança alimentar. Ainda conforme a Organização, no Brasil, enquanto a fome atinge menos de 2,5% da população, a obesidade já afeta quase 20% dos brasileiros.
Alimentos saudáveis
Para o professor, alimentos saudáveis são aqueles constituídos por frutas, legumes, vegetais, grãos, nozes, grãos integrais e sem excesso de gorduras saturadas, açúcar e sal. “Constituir um prato diversificado com esses ingredientes nem sempre é fácil para quem ganha um salário mínimo, e percebemos que a missão de erradicar a fome até 2030, proposta pela ONU, é realmente um desafio para a sociedade”, observou.
Ainda segundo o professor, ações devem ser urgentes, não envolvendo soemnte políticos, mas profissionais da área, tais como agrônomos, engenheiros de alimentos, nutricionistas, zootecnistas, médicos-veterinários, entre outros. “A população mundial segue crescendo, e a produção de alimentos tem que aumentar. Mas a ressalva deve ser feita, pois o aumento deve visar a um desenvolvimento sustentável, sem prejuízos ambientais, e buscando-se matar a fome, com segurança alimentar e promovendo a saúde da população”, finalizou.
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