Extensão

Cursinho Pré-Vestibular Popular e Comunitário forma primeira turma

13/11/2018

15:51

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Cerca de 20 estudantes receberam o certificado de conclusão do curso. Ao longo do ano, mais de 100 alunos frequentaram as aulas, que foram ministradas por professores e acadêmicos voluntários

Cerca de 20 estudantes receberam, na noite dessa segunda-feira, dia 12 de novembro, o certificado de conclusão da primeira turma do Cursinho Pré-Vestibular Popular e Comunitário, iniciativa vinculada à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (VREAC/UPF). A entrega dos certificados foi realizada na sala 15 do Campus III da UPF, onde também ocorreram as aulas, e contou com a apresentação do Núcleo Suzuki da UPF. Ainda, em um segundo momento, os alunos entregaram certificados aos professores que foram voluntários no projeto. Após a entrega, alunos e voluntários participaram de uma confraternização. 

O projeto tem por objetivo fornecer um ensino pré-vestibular gratuito para alunos em situação de vulnerabilidade social, residentes em Passo Fundo e região. A atividade se insere em uma proposta aberta de criação de novas práticas educativas, aproximando-se da perspectiva abordada por Paulo Freire, baseada no ensino como instrumento a serviço da democratização, transformação social e construção libertadora de saberes e na convicção de que, a partir de tais práticas, o educando consegue modificar o meio em que vive.

Ao longo do ano de 2018, mais de 100 alunos frequentaram as aulas, que foram ministradas com o apoio de cerca de 30 voluntários. Coordenador do projeto, o professor Dr. Ivan Dourado destacou que a iniciativa teve início ainda em 2017, com a seleção de voluntários e o planejamento das aulas. No início de 2018, ocorreu a seleção dos alunos, com critérios de prioridade. “Ao longo deste ano, nós conseguimos construir uma lista de mais de 100 alunos interessados. A nossa primeira turma foi de 30 alunos e à medida que os alunos iam desistindo – ou porque passavam no vestibular ou porque tinham outras questões de trajetória de vida –, os suplentes eram chamados. Nós conseguimos cumprir essa lista toda e atender a todos os estudantes que se inscreveram”, ressaltou o professor. 

Para o vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, professor Dr. Rogerio da Silva, que acompanhou a entrega dos certificados, esse é um projeto genuinamente comunitário, que atende a pessoas que não têm condições de pagar uma formação e que conta com um grupo de professores voluntários. “Certamente essas pessoas saem daqui bem mais qualificadas do que quando chegaram e em condições de entrar no ensino superior e também motivadas para isso, porque muitas vezes esse tipo de trabalho, além do conhecimento que traz, motiva as pessoas para a necessidade de fazer um curso superior e melhorar a sua condição de vida, a sua condição social e financeira”, pontuou.

Conhecimento para a vida
Dos 30 estudantes selecionados para a primeira turma, foram cerca de 12 aprovações até agora. Dez deles passaram em vestibulares na metade do ano e outros dois foram aprovados em concurso e curso técnico. Três deles já estão fazendo uma graduação, todos com bolsa de 100%, nos cursos de Ciência da Computação, Estética e Cosmética e Enfermagem.  “Agora, é o grande vestibular do ano. Então, nós temos um conjunto de alunos que já realizou o Enem e a gente pretende acompanha-los, tanto no resultado do Enem quanto do vestibular. A nossa expectativa é de que pelos menos 15 conquistem alguma aprovação”, explicou Dourado.  

Um dos estudantes já aprovados é Jehan Marques da Silva. Aos 20 anos, ele buscou o Cursinho como forma de se preparar para o Enem, mas acabou, segundo ele, se preparando para a vida. “Gostei muito do Cursinho, foi uma experiência diferente. O conhecimento que adquiri aqui contribuiu muito para a minha formação. Quero usar esse conhecimento pra vida”, contou. 

A experiência também foi positiva para os voluntários. A acadêmica do curso de História da UPF Verônica Azambuja disse que ser voluntária no Cursinho foi uma forma de engrandecer sua vida acadêmica e profissional. Para ela, a experiência de estar em uma sala de aula em um estágio e estar dentro do Cursinho são completamente diferentes. “A gente aprende na vivência com os alunos a ter empatia, respeitar o aluno, considerar de onde ele vem, como ele age, como ele estuda, ter essa humanidade de entender o que ele precisa, quais as dificuldades que ele enfrenta e tentar ajudar. Eu vim para a sala de aula como professora de história, mas acabei saindo daqui com muitas histórias para contar e vou continuar no voluntariado porque é muito bacana, e ver o aluno prosperando é melhor ainda”, frisou. 

Cursinho em 2019
Para 2019, uma nova edição do Cursinho Pré-Vestibular Popular e Comunitário já está sendo pensada. De acordo com o professor Dourado, em 2018, o projeto foi um piloto que mostrou algumas coisas. Entre elas, que o projeto pode atender a um maior número de alunos. Por isso, a proposta é, no próximo ano, ampliar as turmas para 40 ou 50 alunos, com um melhor aproveitamento dos professores. 

Outra mudança prevista é que as aulas não ocorram mais no Campus III, mas sim na EENAV, continuando na região central por uma questão de deslocamento dos alunos. “Nós combinamos esse projeto com o programa de extensão Comunidades Sustentáveis, então, a gente vai tentar ao longo do próximo ano aproveitar os mesmos voluntários que trabalham no programa, e trabalhar também com alfabetização de jovens e adultos. Queremos trabalhar com essa dupla dimensão: educação de jovens e adultos e o pré-vestibular”, contou o coordenador. 

O projeto também pretende fazer mais de uma seleção ao longo do ano para atualizar a lista de interessados. “Além disso, a gente pretende ter um acompanhamento mais próximo, inclusive das condições sociais dos estudantes. A ideia é promover ações para a comunidade ver que o projeto existe e contribuir”, concluiu o professor.