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Comitê Gaúcho da ONU Mulheres lança Campanha Máscara Roxa nas regiões de Passo Fundo e Soledade

14/07/2020

14:27

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Reprodução

Lançamento ocorreu de forma on-line, com a presença de autoridades e representantes de farmácias parceiras da campanha na região

Mais 28 cidades do Rio Grande do Sul passam a ser contempladas a partir desta terça-feira, dia 14 de julho, pela Campanha Máscara Roxa, que possibilita às mulheres fazerem denúncias de violência doméstica em farmácias. Elas integram as associações dos municípios do Planalto (Ampla), na região de Passo Fundo; e do Alto da Serra do Botucaraí (Amasbi), na região de Soledade. A iniciativa é do Comitê Gaúcho ElesPorElas, da ONU Mulheres. 

O lançamento da campanha na região ocorreu na manhã de hoje, de forma on-line, com a presença do deputado estadual Edegar Pretto, que coordena o Comitê Gaúcho ElesPorElas, e também de representantes de órgãos de segurança, governo do Estado, Poder Judiciário e movimentos de mulheres que ajudaram a construir a campanha. Ainda foram convidados proprietários de farmácias, lideranças locais e representações de instituições e da sociedade, assim como veículos de imprensa. 

Este é o quinto lançamento da campanha desde que foi criada. “Toda essa região é muito importante para essa campanha. Nós montamos a campanha a partir de uma constatação no mundo de que a violência contra a mulher aumentou nesse período que estamos enfrentando de pandemia, pelo maior tempo que a mulher passa em casa, com o agressor, pelas dificuldades de fazer denúncia. Estamos muitos felizes pelo grande número de pessoas que estão conosco nessa campanha”, destacou o deputado. 

Parceira do movimento HeforShe, a Universidade de Passo Fundo (UPF) também esteve representada no lançamento. A reitora, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin, parabenizou pela iniciativa e por todo o movimento que tem sido feito nos últimos anos. “Temos trabalhado bastante nessa pandemia. Coube a nós o enfrentamento de muitos desafios, dentre eles o aumento da violência doméstica. Por meio do nosso programa Projur Mulher e Diversidade nós temos intensificado nosso trabalho, junto a nossa rede parceira, que nos apoia, nos ajuda, e nos possibilita a ajudar, a estender a nossa mão e dar ouvidos às mulheres e meninas que sofrem violência. Também como mulher eu faço questão de estar à gente buscando o enfrentamento a essa grande problemática. É bom tê-los junto e saber que temos essa grande rede”, pontuou a professora. 

Como funciona a campanha
Lançada no dia 10 de junho no RS, a Campanha Máscara Roxa permite que mulheres vítimas de violência doméstica façam denúncias em farmácias. A campanha foi motivada pelo aumento de casos de feminicídios no estado durante o período de isolamento, decorrente da pandemia do coronavírus. Nos meses de março, abril e maio 28 mulheres foram assassinadas por questões de gênero, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Somente em abril, o aumento foi de 66,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Ao todo, de janeiro a junho deste ano, 51 mulheres morreram vítimas de feminicídio no estado.

Hoje já são mais de 1300 farmácias de quatro redes envolvidas que recebem as denúncias. Na região do Planalto, passam a integrar a campanha os municípios de Camargo, Casca, David Canabarro, Marau, Passo Fundo e Vila Maria. Já na região do Botucaraí, participam da campanha os municípios de Campos Borges, Ibirapuitã, Nicolau Vergueiro e Soledade. Até o momento, farmácias de oito municípios gaúchos já receberam denúncias: Venâncio Aires, Bento Gonçalves, Casca, Pinhal, Capão da Canoa, Vitória das Missões, Rio Grande e Porto Alegre.

Todas as farmácias com adesão estão com o selo “Farmácia Amiga das Mulheres”, que serve para que as vítimas as identifiquem. Os atendentes receberam capacitação on-line para o procedimento e para garantir a segurança da vítima. Ao chegar na farmácia a mulher deve pedir a máscara roxa, que é a senha para que o atendente saiba que se trata de um pedido de ajuda. O profissional dirá que o produto está em falta e pegará alguns dados para avisá-la quando chegar. Após, o atendente da farmácia passará à Polícia Civil as informações coletadas, via WhatsApp, para que o órgão tome as medidas necessárias. 

O deputado Edegar Pretto lembra que qualquer farmácia pode aderir. Segundo ele, o objetivo é envolver também aquelas que não fazem parte de grandes redes, mas que estão em cidades menores. Interessados devem entrar em contato com o Comitê pelo telefone 51 991993641 ou pelo e-mail comite.gaucho.elesporelas@gmail.com.