Extensão

Colaboração e cooperação pautam o futuro da pesquisa

30/06/2020

19:38

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Reprodução

Diálogos UPF reuniu representantes de instituições, governo e empresas para refletir sobre os caminhos da pesquisa

Quebrar os paradigmas existentes, promover mudanças a partir de uma nova realidade existente e a necessidade de resolver um problema comum: encontrar soluções, mudar processos e propor caminhos frente a uma pandemia. Antes vista como algo acadêmico, a pesquisa saiu das salas de aula para ingressar nas empresas e, por consequência, na sociedade. Para conversar sobre os caminhos da pesquisa, a Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveu, na noite desta terça-feira (30), mais uma edição do Diálogos UPF.
 
Mediado pelo vice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Dr. Antônio Thomé, o encontro virtual contou com a participação do CTO das Empresas Randon e presidente do Conselho da Hélice, Daniel Martin Ely; do superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, professor Dr. Jorge Luis Nicolas Audy e do secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Dr. Luís Lamb.
 
Para Thomé, o tema escolhido vai ao encontro das necessidades emergentes na sociedade e permite colocar em destaque justamente a tríplice hélice que embasa a pesquisa, seja ela nas instituições ou nos espaços de inovação. “Esse foi o quarto encontro desse projeto que se propõe a discutir e colocar em pauta diversos assuntos e ouvir especialistas na área. Hoje, ouvimos a tríplice envolvida com a pesquisa que são as universidades, como produtoras de conhecimento, os governos, como responsáveis por políticas públicas e de incentivo, e a indústria, que tem condições de compreender as demandas e fomentar as iniciativas”, destacou.
 
Daniel Martin Ely, lembrou que a Ideia inicial da parceria feita foi apresentar algumas iniciativas de aproximação da pesquisa da Universidade de Caxias do Sul com as ações e movimentações das Empresas Randon. De acordo com ele, a intensão foi repartir as questões do conhecimento, da técnica e da própria empresa. “Estamos estabelecendo um diálogo para que, mesmo diferentes, a universidade e a indústria, possam romper esse vale que separa as realidades, aproximando as duas e produzindo soluções. Temos muito orgulho de falar que os atores dessa tríplice hélice têm se envolvido nesse processo e colocando em prática essas ações. Hoje contamos com 14 empresas que trabalham juntas, passando pelo varejo, comércio, saúde, finanças e construímos coletivamente o conhecimento, de forma que ele seja capaz de impactar na cultura da região em que está inserida. Acreditamos que mais do que CNPJ’s, precisamos de CPF’s para fazer acontecer”, apontou.
 
Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, o professor Dr. Jorge Luis Nicolas Audy, percebe que a sociedade está vivendo um momento mais claro, visto que a interação entre comunidade, universidades, governos e empresas está cada vez mais próxima. Para ele, essa nova realidade mostra que os problemas estão se tornando mais complexos e que tudo ficou visível com a pandemia. “Essa realidade exige de nós, que atuamos na área da pesquisa, mais empenho em encontrar soluções. Em diversos países, grupos internacionais, interdisciplinares e interinstitucionais movimentam redes de cooperação conectadas para a resolução desses conflitos e a melhoria da vida das pessoas. Vimos, com a pandemia, barreiras até então resistentes serem derrubadas, entre elas o trabalho remoto, as aulas online, a telemedicina. Claro, como toda inovação, em modelo de aprendizagem, mas, de alguma forma, acontecendo”, salienta o professor.
 
Para ele, as instituições precisam aproveitar o momento em que a pesquisa está em destaque para ajudar a sociedade a compreender a sua importância. “Hoje vemos repórteres, governadores, prefeitos, comunidade, todos falando sobre ciência e isso é fantástico. É um momento em que a pesquisa está no centro das discussões e soluções e temos que nos perguntar, enquanto pesquisadores e gestores, como devemos mostrar isso para a sociedade. Como aproveitar essa situação e manter a pesquisa e a relação entre sociedade e ciência?”, questiona, ressaltando que existem, para ele, três aspectos fundamentais para que as instituições sobrevivam a este momento: flexibilidade, resiliência e equilíbrio emocional.
 
Para o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, Dr. Luís Lamb, Governo, universidades e indústrias precisam caminhar juntas. Em sua fala, destacou os desafios de se visualizar o futuro, mas pontuou que a sociedade precisa crescer com o momento vivido e que experiências positivas podem nascer das grandes crises. “Percebemos com essa pandemia uma aceleração das transformações, e precisamos refletir sobre como estamos nos preparando para essa nova realidade. A educação precisa ser inovadora porque os países desenvolvidos e objetivos comuns precisam ser abordados e colocados em prática. Para que possamos pensar num futuro, precisamos levar isso em conta”, frisou.
 
De acordo com ele, o Estado tem dedicado às empresas um olhar inovador, dando apoio desde a adaptação das empresas existentes até o auxílio à base de novas empresas e startups. Para o secretário, o momento exige agregar tecnologia e qualificar produtos. “Vemos o quanto as grandes corporações do mundo são vinculadas à indústria do conhecimento. Hoje vivemos uma evolução para era do conhecimento, não apenas técnico, mas social e de responsabilidade coletiva. Nessa sociedade aberta em que vivemos, é necessário que os arranjos cooperativos e colaborativos, sejam, cada vez mais a norma, o modo de se fazer as ações. Neste sentido, é que temos que trabalhar para que ocorra uma mudança cultural no nosso Estado. Junto com isso, temos que pautar o trabalho pela ética e pela transparência, atuando de maneira clara para objetivos comuns”, disse, pontuando que a sociedade percebeu que houve um aumento do papel da tecnologia, tornando urgente um olhar dos entes públicos e privados.

A transmissão do Diálogos é feita pela Rádio UPF e UPFTV e plataformas digitais destas emissoras. A iniciativa é uma promoção da Escola de Extensão, vinculada à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, com o objetivo de aproximar ainda mais a Instituição e a comunidade regional e abordar pautas importantes para o desenvolvimento regional em diferentes setores.