Ensino

Universitário depois dos 60: quando os sonhos vencem os estereótipos

05/07/2022

09:00

Por: Carla Vailatti

Fotos: Carla Vailatti

“Não me vejo um velhinho aposentado, sentado na poltrona”, conta Alceu Oliveira, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Fazer a matrícula na faculdade, conhecer os professores e se enturmar com os colegas. Muitos estudantes viveram esses momentos em 2022, e entre eles está Alceu Oliveira, que iniciou a graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na UPF Carazinho. Até aqui, uma história como tantas outras, não fosse um detalhe: Alceu decidiu entrar na Universidade aos 64 anos, já aposentado. E escolheu um curso na área de Tecnologia da Informação, em que os novos recursos tecnológicos — tão desafiadores para muita gente — são instrumentos básicos na rotina de aprendizado.

Esta é a primeira vez que Alceu frequenta a Universidade, mas o interesse em estudar já tem muitas décadas. A infância em Santo Antônio do Planalto, então distrito de Carazinho, foi de dificuldades de acesso à escola, e ele só pôde concluir os ensinos fundamental e médio já adulto. Sempre buscando alternativas para estudar, Alceu encontrou em um curso por correspondência a oportunidade de se formar técnico em eletrônica, conquista que já tem quase 40 anos. “A minha vida toda, sempre estava fazendo algum cursinho diferente para aprender mais. Não consigo ficar parado, não me vejo um velhinho aposentado, sentado na poltrona, sem ter uma atividade mental, um trabalho”, conta.

Nos últimos 20 anos, Alceu trabalhou em uma empresa de assistência técnica das principais marcas de televisores e aparelhos eletrônicos. “Comecei a consertar desde a TV à válvula, passei por toda a transição de TVs híbridas, transistorizadas, entraram os circuitos integrados, e hoje, depois de tantas mudanças, que entrou TV de plasma, LCD ainda com lâmpadas fluorescentes, depois passou para LCD com LEDs, TV OLED, toda essa transição, todas as TVs modernas que você possa imaginar, com tudo isso eu trabalhei, e ainda hoje volta e meia solicitam meus trabalhos, e eu sou capacitado para isso”, relata, orgulhoso da sua trajetória.

Dúvidas e inseguranças

Já finalizando o primeiro semestre, Alceu está super à vontade nas aulas, mas, antes de começar, teve dúvidas. Quem acolheu seu primeiro contato foi a diretora da UPF Carazinho, Munira Awad. O passo seguinte foi uma videoconferência com o coordenador do curso de ADS, professor Juliano Tonezer, que serviu para ter mais segurança nas primeiras etapas.

“Será que esse curso é para mim?” “Será que vou conseguir acompanhar as aulas?” Esses questionamentos passam pela cabeça de quem pensa em retomar os estudos após vários anos. Na área de TI, essa insegurança pode estar ainda mais presente, pois os avanços tecnológicos têm impacto rápido. No entanto, isso, de forma alguma, impede alguém de fazer uma graduação, em qualquer idade. “Uma das principais características do profissional de TI é ter uma postura autodidata, ou seja, estar sempre em busca de respostas, utilizando as diversas fontes, como o professor, o colega, os fóruns, a web, os livros, os artigos..., sendo assim, qualquer um consegue superar os desafios encontrados durante o curso, mesmo que já tenha concluído o ensino médio há muito tempo”, explica o Me. Jeangrei Veiga, um dos professores de Alceu no curso de ADS.

Ter na turma alguém que traz décadas de vivência profissional é, para o professor Jeangrei, muito positivo . “Isso possibilita que o aluno relacione com facilidade os conceitos e práticas aplicadas em sala de aula”, explica

Ainda que os únicos requisitos para entrar na faculdade sejam ter concluído o ensino médio e passado no vestibular, quando se pensa em um estudante universitário, a imagem que surge é de um jovem de 20 e poucos anos. Como diretora da UPF Carazinho, Munira Awad já acompanhou outras histórias que, assim como a de Alceu, fogem dos estereótipos, e vê como a movimentação intergeracional na educação superior gera efeitos relevantes. “O retorno ou ingresso em uma graduação traz, além de uma importante formação, uma vivência universitária que resulta em um novo encantamento pela vida”, conta.

Planos para o pós formatura

Depois de acompanhar toda a evolução dos eletrônicos, Alceu busca compreender o universo da programação. “Nessa área, tenho interesse em atuar com automação industrial e residencial”, planeja o estudante. Alceu é pai de André, já formado em ADS, também pela UPF Carazinho. “Chega um momento da vida em que os papéis se invertem, e os filhos passam a incentivar e influenciar os pais”, comenta.

Graduação híbrida ou presencial

Para realizar o sonho da formação universitária, Alceu escolheu uma graduação híbrida. Esse tipo de curso alterna aulas presenciais, on-line síncronas, e atividades que podem ser feitas à distância, em qualquer hora e lugar. Dessa forma, a modalidade alia a riqueza de experiências do presencial com a praticidade do online.

Atualmente, a UPF está com inscrições abertas para as graduações híbridas em Agronegócio (Campus I - Passo Fundo), Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Campi Carazinho, Casca e Soledade), Pedagogia e (Campi Casca, Lagoa Vermelha, Sarandi e Soledade), e Serviço Social (Campi Casca, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Sarandi e Soledade).

Para quem prefere graduações presenciais, temos 26 cursos com inscrições abertas, com opções em Passo Fundo e na estrutura multicampi.

Saiba mais sobre os cursos e prazos de inscrição em upf.br/ingresso.

Incentivo para recomeçar

Na UPF, quem tem a partir de 35 anos pode fazer graduação com 50% de desconto nas mensalidades durante todo o curso! O programa Recomeçar Plus disponibiliza para esse público até 10% das vagas nos cursos de graduação (exceto Medicina). Informe-se sobre essa oportunidade em upf.br/ingresso.