Ensino

Multiplicando saberes: UPF presente na “Operação Portal do Sertão” do Projeto Rondon

26/01/2023

17:28

Por: Tainá Binelo

Fotos: Divulgação

Após pausa ocasionada pela pandemia de Covid-19, proposta do Ministério da Defesa retorna a ativa

Quantos quilômetros você viajaria para aprender mais sobre sua futura profissão e vivenciar experiências únicas em uma cultura diferente da sua? Para os estudantes da Universidade de Passo Fundo (UPF), participantes do Projeto Rondon, a resposta é 2.809 km. Essa é a distância que separa Passo Fundo dos oito acadêmicos desde quinta-feira, 26 de janeiro, quando eles iniciam as atividades no município de Anguera, no interior da Bahia, colocando em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula em prol da comunidade local. 

Até 10 de fevereiro, a operação “Portal do Sertão”, proposta pelo Ministério da Defesa, reunirá estudantes de 11 estados brasileiros. Integrando o conjunto A (Saúde, Educação, Direitos Humanos, Justiça e Cultura), os acadêmicos de Filosofia, Direito, Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia da UPF ganham agora o tão sonhado título de “rondonistas” e, com ele, a responsabilidade de, inseridos em uma comunidade distinta, serem agentes modificadores em médio e longo prazo. 

Coordenados pela professora Dra. Cristiane Barelli, os estudantes também contam com o auxílio do professor Dr. Andrei Lodea nessa experiência, que inclui oficinas, momentos de formação em saúde, meio-ambiente e educação, além de feiras, festivais culturais e muito mais. “Seremos multiplicadores na formação nestas áreas, tanto na sede do município quanto no povoado que iremos também desenvolver atividades. É outra realidade cultural, social, econômica, então os nossos estudantes terão a possibilidade de aprender junto com os moradores locais e fazer essa troca de conhecimentos, qualificando e construindo”, aponta Cristiane.

Responsável pelo Conjunto B (Comunicação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção e Trabalho) no município, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) será parceira da UPF durante a Operação. “Sabemos que por meio dessas ações podemos incentivar os alunos do ensino médio a seguirem estudando, o que com toda certeza vai impactar na projeção de renda e em melhores condições de vida dessa família. Esse é o nosso objetivo: que o resultado seja a longo prazo também”, ressalta a coordenadora. 

Preparação

Encontros de preparação foram realizados presencialmente e on-line

 

Desde setembro de 2022, os estudantes já sentem mudanças em suas rotinas, preparando-se para a tão esperada viagem. “São reuniões on-line e presenciais onde nos conhecemos, dividimos tarefas, montamos o plano de atividades, metodologia e pensamos em quais são os resultados que queremos alcançar. Mas, além do técnico, da mala, da documentação, preparamos nosso emocional para uma viagem que pode nos proporcionar um aprendizado para a vida”, afirma a professora Cristiane. 

Marcieli Panisson, estudante de Psicologia, é uma das rondonistas que agora vive essa experiência. Buscando desde o início da graduação participar de atividades que a desafiem a ser uma profissional ainda melhor, ela encontrou no Rondon uma oportunidade, também, de conhecer outras realidades. “Conhecer uma realidade diferente sempre vai ajudar no crescimento como profissional, é sempre uma busca por aperfeiçoamento. Se colocar em uma situação diferente nos incentiva a se preparar, estudar, planejar e também exige uma flexibilização e adaptação rápida, conforme surgem as demandas”, aponta. 

A acadêmica comenta ainda sobre a importância do projeto para a comunidade local. “Tudo é realizado em conjunto, então espero que a nossa ida e a nossa fala com os multiplicadores locais possa ser o pontapé inicial para uma mudança nessa população, que em algum tempo eles conheçam e usufruam do seu direito à saúde,  educação de qualidade, hábitos saudáveis e também aspectos artísticos/culturais, que são de suma importância e estão inseridos na qualidade de vida”.

Natural de Vila Lângaro - RS, a estudante ressalta: o desenvolvimento não irá parar depois da viagem. “Após todo o processo, continuaremos buscando o que poderia ter sido feito de uma forma diferente e melhor, refletiremos sobre os casos, sobre os impactos e vamos buscar falar com pessoas que passaram por situações semelhantes. É um processo de muita troca, com pessoas cujas experiências são diferentes das nossas, e se há troca é esperado haver um crescimento das partes”, confirma Marcieli.