A arte de cuidar: residentes multiprofissionais da UPF ganharam papel de destaque no enfrentamento à pandemia

Enquanto grande parte das pessoas precisaram se isolar para prevenir o contágio do novo coronavírus, os profissionais da saúde tiveram uma realidade bem diferente: enfrentaram um período de diversos desafios e incertezas e se tornaram verdadeiros heróis ao atuarem na linha de frente no combate ao vírus. Os residentes multiprofissionais da Universidade de Passo Fundo (UPF) se juntaram às equipes de saúde e foram fundamentais nesse processo de atendimento aos pacientes, atuando nos hospitais e no principal centro de triagem da Covid-19, em Passo Fundo, o Cais Petrópolis.

Para o enfermeiro Jonata de Mello, egresso do programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer da UPF, vinculado ao Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF), estar diante de um vírus até então desconhecido e mortal, foi bastante desafiador. “Quando fomos convocados para enfrentar esse desafio, de primeiro momento foi assustador por se sentir impotente diante daquela situação. Mas, com o passar dos dias, comecei a perceber a importância da nossa presença ali e como isso fazia diferença na vida de todos que estavam necessitando de nós e de nossos cuidados, pois a Enfermagem é isso, é a "arte do cuidar", as pessoas estavam lá sozinhas em isolamento e cuidamos delas como se fossem nossos familiares”, afirma o profissional, ao pontuar. 

“Foi uma experiência que ficará registrada na memória e será uma grande história a ser contada a muitas gerações de como uma equipe multiprofissional faz a diferença em instituições de saúde”, destaca.

Por ter vivenciado experiências negativas com alguns familiares que foram diagnosticados com câncer, ainda antes da graduação ele já se interessava em seguir na área oncológica. “Queria ser um profissional que chegasse para fazer a diferença nessa área e atuar de uma forma completamente diferente do que presenciei, com conhecimento, ética, empatia e humanização. Então conheci o programa de residência através de outros colegas e tive a oportunidade de me especializar em duas instituições nacionalmente reconhecidas, o HCPF, sendo um hospital escola acreditado nível excelência e UPF que é uma instituição que preza pelo excelente aprendizado de seus alunos, sendo eles de cursos de graduação ou pós-graduação como a Residência Multiprofissional”, destaca o enfermeiro oncológico, que, atualmente, é responsável técnico na Clínica de Oncologia Onkós, na cidade de Erechim.

“Cada alta da UTI era uma vitória”

Estar na linha de frente no combate ao coronavírus também foi uma experiência desafiadora para a enfermeira egressa da Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso, Estefânia da Silva Oliveira. “Participar de um programa de residência já é considerado, por si só, desafiador, mas se tornou ainda mais quando precisei encarar a pandemia da Covid-19, uma doença desconhecida e que tomou uma dimensão jamais imaginada”, afirma Estefânia, que atuou na linha de frente auxiliando na triagem do Cais Petrópolis e na área hospitalar nas UTIs Covid do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).

Segundo ela, as incertezas sobre prevenção e tratamento e o medo de ser contaminada com a forma mais grave da doença eram constantes e faziam companhia ao cansaço físico e mental, que se tornaram companheiros diários. “Apesar disso, o desejo de estar presente ajudando a salvar o maior número de vidas sempre falou mais alto que os sentimentos negativos. Cada extubação, cada alta da UTI era uma vitória que nos dava entusiasmo para voltar no outro dia”, pontua a profissional.

A ideia de realizar uma residência surgiu durante a graduação, por entender que a Enfermagem é uma profissão que necessita de atualização constante.

“A minha ideia era fazer algo que melhorasse e possibilitasse um período a mais de ensino prático na assistência. Tenho pra mim que os nossos maiores desafios são os que nos trazem maior aprendizado e a residência é assim, desde o momento da inscrição para realizar a seleção do programa até o final o aprendizado é diário. Com certeza é um divisor de águas na vida profissional e todos os profissionais deveriam passar por essa experiência antes de entrar no mercado de trabalho”, pontua Estefânia, que ao término da residência foi contratada pelo HSVP e agora atua em uma unidade de internação do hospital e presta serviço como professora na Escola de Educação Profissional São Vicente de Paulo.

Inscrições abertas para seis programas de residência multiprofissional

As inscrições para os interessados em participar da seleção podem ser feitas pelo site www.upf.br/residencia até o dia 16 de novembro. No processo, o candidato deverá escolher a área de formação, o programa e a instituição executora do seu interesse.

São ofertadas vagas para os seguintes programas: Residência Multiprofissional Integrada em Saúde do Idoso, voltada aos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Nutrição; Multiprofissional Integrada em Atenção ao Câncer, para os cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social; Multiprofissional em Atenção ao Câncer, voltada aos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Psicologia; Multiprofissional em Cardiologia, para Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Psicologia; além da Residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, para profissionais da Odontologia; e Residência Integrada em Medicina Veterinária, voltada para médicos veterinários.

As formações têm caráter de curso de especialização lato sensu e são oferecidas na modalidade de residência presencial, visando qualificar os profissionais graduados no âmbito do ensino em serviço. Os residentes selecionados receberão do Ministério da Saúde uma bolsa auxílio de R$ 4.106,09.

Mais informações podem ser obtidas no site dos Programas de Residência da UPF.