Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos: um alerta sobre os riscos da automedicação

Instituído como o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, o dia 5 de maio busca fazer um alerta à população sobre os riscos da automedicação e do uso indiscriminado de medicamentos. Em 2019, uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, mostrou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos últimos seis meses. A análise também apontou que 47%, ou seja, quase metade, se automedica pelo menos uma vez por mês e 25% o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

Segundo a professora do curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dra. Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves, ocorrem muitas situações que poderiam ser manejadas de outras formas, mas que as pessoas acabam utilizando medicamentos que deveriam ser usados de forma bem pontual ou prolongam o uso por um longo período de tempo. “Por conta desse contexto, em 2019, o Brasil, foi o 10º país que mais consumiu medicamentos e existe uma previsão de que em 2024 ele esteja na 6ª posição, então, por isso, a importância de fazermos esse alerta”, afirma a professora.

Confira 5 dicas para usar medicamentos de forma racional e proteger a saúde

A professora explica que para fazer o uso racional de medicamentos, é necessário ficar atento a alguns fatores: 

1) Utilize medicamentos nas doses indicadas

2) Tenha indicação e acompanhamento médico

3) Respeite o tempo recomendado para uso do medicamento

4) Fique atento aos cuidados na hora de armazenar

5) Após finalizar o uso, faça o descarte do medicamento de maneira correta

A professora Carla observa que é essencial que os pacientes recebam orientação dos profissionais que prescrevem os medicamentos, para que saibam os motivos de estarem utilizando, conheçam as reações que ele pode causar e que demande muitas vezes até interrupção do uso. “Se o paciente não é orientado quanto a isso, às vezes, ele tem uma reação e acha que é um outro problema de saúde, isso leva à necessidade de consulta, de busca de emergência, e, às vezes, são prescritos outros medicamentos para aquilo sem uma identificação precisa de que foi o outro remédio que causou esse problema, então é importante ter essas orientações”, destaca.

Orientando a comunidade acadêmica

Para marcar a data, o curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo (UPF), juntamente com a Empresa Júnior de Farmácia e o Diretório Acadêmico Rodolpho Albino, realizou, nesta quinta-feira, 5 de maio, uma ação de conscientização, no Centro de Convivência da UPF, Campus I. Durante a atividade, acadêmicos passaram informações sobre o uso racional de chás e plantas medicinais. “O farmacêutico é o último profissional a ter contato com o paciente depois que ele recebe uma prescrição ou quando vai buscar algum medicamento que seja de venda livre, isento de prescrição, então, ele tem uma função importante na orientação, na informação a respeito do uso dos medicamentos, sendo este um papel essencial da atuação desse profissional”, observa a professora Carla.

Ela destaca que, embora a questão do uso racional de medicamentos seja uma discussão feita em todo o mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, o tema começou a ser abordado partindo de estudos e ações da ex-professora da UPF, Dra. Lenita Wannmacher, que, em 2017, recebeu do Conselho Universitário da Instituição, o título de Doutora Honoris Causa.

Mês do uso racional de medicamentos

O curso segue com atividades sobre o tema ao longo do mês. No dia 12 de maio, haverá uma palestra sobre "Uso racional de antimicrobianos", com a farmacêutica Lidiane Riva Pagnussat, a partir das 19h30min, no Auditório da Odontologia da UPF. A entrada é 1kg de alimento não perecível (não será necessário realizar inscrição prévia). As doações serão destinadas à Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) de Passo Fundo.