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Consultoria em mercados futuros agropecuários dá segurança ao produtor contra possíveis quedas no preço

08/03/2022

15:27

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Em oficina durante a Expodireto Cotrijal, professor da UPF explica as vantagens de investir em operações com contratos futuros, garantindo rentabilidade mesmo com oscilações na safra

Com variações diárias, o preço dos produtos é uma das principais preocupações dos produtores na hora do plantio. Como garantir que no momento da colheita, o valor seja rentável após tanto investimento? A resposta pode ser simples: operações com contratos futuros. Negociados na Bolsa de Valores, esses contratos estão relacionados aos sistemas de comercialização avançada de produtos e seu principal objetivo é o gerenciamento de risco de preço. O tema foi tratado em uma das oficinas realizadas nessa terça-feira, 8 de março, no estande da Universidade de Passo Fundo (UPF) na Expodireto Cotrijal.

Normalmente, funciona assim: quando o produtor planta, o preço está bom e ele espera que o preço continue bom quando for colher, o que não necessariamente acontece, o que impacta na rentabilidade do produtor. “Essa forma de comercialização, de contratos futuros, trava, garante um preço ao produtor, protegendo ele entre o plantio e a colheita contra possíveis quedas no preço”, explica o professor do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Passo Fundo, Dr. Julcemar Zilli. 

Para realizar essas operações, que são feitas exclusivamente na Bolsa de Valores, o produtor precisa contratar uma corretora que tenha acesso a esses mercados. “Aqui no Brasil, nós temos várias corretoras que têm esse acesso. Esse processo é feito sem custo algum, basicamente é a abertura de uma conta e, a partir do momento que essa conta está aberta, o produtor já pode começar a fazer essas operações de proteção de preço. É um processo bem ágil, mas realizado somente nas Bolsas de Valores”, conta. De acordo com o professor, essas operações garantem que, ganhando ou perdendo, você receber pelo recurso que está investindo, o que, em épocas de oscilação e de volatilidade de preço é muito importante, uma vez que o produtor consegue fazer uma previsão quando planta de quanto será a receita dele quando for colher, independente do que aconteça com o preço. “Isso dá uma tranquilidade, uma segurança muito maior”, frisa Zilli. 

Região tem potencial para investir em contratos futuros

Segundo o professor, o investimento em operações futuras ainda é baixo em nossa região, principalmente pelas características, tamanho das propriedades e da cultura um pouco mais conservadoras. Porém, em outras regiões, como Norte, Centro Oeste e Sudeste, essas atividades e esses sistemas de comercialização já estão bem difundidos. “Nós temos situações onde o produtor, lá no meio da lavoura com seu computador, já faz as operações de compra e venda desses contratos futuros, já pensando no preço no momento em que ele for colher, alguns meses à frente”, conta.

No Brasil, é possível adquirir contratos até um ano à frente. Já em países como os Estados Unidos, produtores chegam a ter até mais de três anos de previsão. “Então, imagina: hoje eu já estou travando o preço da minha produção daqui a três anos. Isso, de fato, faz uma diferença muito significativa para o produtor, seja ele pequeno, médio ou grande”, salienta.

Zilli alerta, inclusive, que qualquer produtor pode investir em um contrato futuro, uma vez que um contrato é o equivalente a 450 sacas. “Mesmo um pequeno produtor consegue atingir essa quantidade ou até mais. Até porque não há necessidade de você ter o produto, é uma negociação de ativos, de papel. Então, mesmo que você não tenha as 450 sacas, você pode adquirir um contrato, porque não necessariamente você vai ter que entregar o produto físico. Na verdade, na maior parte das vezes, você não entrega o produto físico, você faz apenas operações de papéis na bolsa e depois você pega o produto físico e entrega na sua cidade, na sua região, na cooperativa, na agroindústria”, ensina o professor ressaltando que esse investimento também contribui para a economia local. “A economia local não perde em nada com isso, muito pelo contrário, ganha porque o agricultor consegue se proteger contra possíveis quedas no preço do seu produto”, finaliza.