Cultura

Saudades de Djanira Ribeiro

27/11/2019

17:41

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Isadora R. C. Barbosa

Abertura de exposição do Museu Histórico Regional rememora o legado da sambista ícone do movimento negro de Passo Fundo

Na noite dessa terça-feira, dia 26 de novembro, o primeiro andar do prédio que abriga o Museu Histórico Regional (MHR) e o Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS) cidade estava em festa. Cerca de 40 pessoas prestigiaram a abertura da exposição “O Legado de Djanira Ribeiro”, MHR. Durante a cerimônia, familiares e autoridades homenagearam a educadora, sambista e liderança do movimento negro devido a suas heranças culturais deixadas ao município de Passo Fundo. Houve também uma apresentação da Confraria de São Miguel – Grupo Alforria, assim como um coquetel no pátio do edifício histórico.

Djanira faleceu em junho deste ano. A ideia de montar uma exposição sobre ela surgiu a partir de uma provocação entre o museu e Odorico Ribeiro, filho de Dja – como era chamada pelos amigos e pela família –, que costumava se apresentar com a mãe no “Dia do Samba”, realizado todos os anos no segundo dia do mês de dezembro no Espaço Cultural Roseli Doleski Pretto. 

Mesmo a perda sendo ainda muito recente e dolorosa, foi aceita a proposta e logo começou o levantamento e a composição de todo o material para se pensar a expografia. A museóloga Morgana Camargo destaca que a função do museu vai além de guardar objetos antigos. “Tratar sobre o legado, sobre as contribuições, é uma forma de rememorar tanto a pessoa quanto a personalidade que ela foi. Este é o papel do museu. É entender sobre a questão de contexto”, ressalta.

Multifacetada, Djanira era uma mulher com talentos diversos. Dentre estes, podem ser citados os desenhos de figurinos, as pinturas de bonecas de gesso e as costuras dedicadas ao carnaval. Desde pequena, frequentava rodas de samba – levada por sua mãe, Almerinda de Jesus Isaias –, de onde veio o incentivo para a música e o gosto pelo ritmo de seus antepassados. Carnavalesca nata, colaborou com o desenvolvimento do carnaval em Passo Fundo e trouxe elementos de escolas do Rio de Janeiro, como a introdução da harmonia para acompanhar a bateria e as figuras do mestre-sala e porta-bandeira. Além disso, seu patrimônio cultural estende-se aos movimentos sociais, especialmente o movimento negro, no qual representou uma figura de referência por muitos anos.

A exposição permanece no Museu Histórico Regional até fevereiro e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 17h30min e aos sábados, das 13h30min às 17h30min. O MHR também convida a comunidade para participar do evento “Dia do Samba”, que acontecerá na próxima segunda, dia 2 de dezembro, a partir das 18h.

Texto: Thaiane Almeida - Edição: Assessoria de Imprensa UPF