Extensão

“Precisamos desconstruir essa cultura da discriminação”

20/03/2020

16:05

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Arquivo/UPF

No sábado (21), é celebrado o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Na Universidade de Passo Fundo, o projeto de extensão “UPF e movimentos sociais: desafio das relações étnico-raciais” atua na promoção da cultura e no combate ao preconceito de grupos afrodescendentes, indígenas e imigrantes

Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data de 21 de março é lembrada como o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. O período faz referência à memória do episódio conhecido como o Massacre de Shatperville, ocorrido na década de 1960, na África do Sul, quando 69 pessoas morreram e centenas ficaram feridas enquanto protestavam pacificamente contra a Lei do Passe, que obrigava negros a portarem cartões de identificação que continham informações de locais por onde eles poderiam ir e vir.

Constituída por uma comunidade acadêmica diversa, a Universidade de Passo Fundo (UPF) é uma instituição que desenvolve ações com o intuito de promover e proteger os direitos, bem como a inclusão de grupos como os étnicos afrodescendentes, indígenas e imigrantes. Tal objetivo é realizado pelo projeto de extensão “UPF e movimentos sociais: desafio das relações étnico-raciais”, o qual trabalha com estes povos através de rodas de conversas, aulas públicas, eventos, atividades de comunicação, linguagem, legalidade e mercado de trabalho, entre outras, visando à sua promoção cultural e o combate ao preconceito ao qual são, diariamente, expostos.

O projeto também conta com grupos e movimentos parceiros para a execução das ações, tais como a Sociedade Recreativa Garotos da Batucada, a Cáritas Arquediocesana de Passo Fundo, a Associação Cultural de Mulheres Negras (ACMUN), a Coordenadoria da Promoção da Igualdade Racial, Quilombos de Arvinha e Mormaça, Egbé Asé Akinele, Ilê Asé alafim Oba Aganju Jetioká, a Associação Centro de Umbanda Luzes de Aruanda, entre outros.

Segundo a coordenadora, professora Dra. Elisa Mainardi, o trabalho desenvolvido permite que a população obtenha conhecimento, respeite e valorize as diversas culturas, deixando de ter um pré-conceito com relação à isso. “O preconceito gera discriminação. A discriminação gera sofrimento, ódio e violência. Nós precisamos desconstruir essa cultura da discriminação”, comenta a respeito da importância da sociedade direcionar um olhar para os diferentes grupos, costumes e tradições.

Conhecer para respeitar
Para Elisa, datas como a do Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, celebrada neste sábado (21), servem de referência para lembrar que o ato de respeitar e reconhecer o próximo deve ser praticado diariamente. “Todo dia é um dia para se discutir não só a cultura e a história dos africanos e dos indígenas, por exemplo, mas de todas as pessoas que, de alguma forma, consideramos diferentes de nós. Outras datas, como 19 de abril (Dia do Índio) e 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), também possibilitam que todos, depois de conhecerem momentos e fatos que se diferem de seus próprios, se coloquem no lugar do outro e convivam com as diferenças”, destaca a docente.