Na luta contra o câncer, a vida fica mais leve com um sorriso

Lutar contra o câncer pode ser devastador para o corpo e para a alma. Receber o apropriado  acompanhamento médico, assim como o apoio da família e de amigos, pode tornar o caminho menos árduo, mas, independentemente da dificuldade enfrentada, a força de um sorriso e a fé podem ser os companheiros mais fiéis para se enfrentar qualquer dificuldade na vida.  Diante desse panorama, de luta pela vida, as estudantes do curso de Estética e Cosmética da Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveram nesta quinta-feira, 16 de agosto, no Centro Assistencial à Criança com Câncer (CACC), uma tarde de beleza a pacientes em tratamento de câncer e seus familiares.

De acordo com a professora Dra. Mara Regina Calliari Tagliari, no primeiro semestre do ano, as estudantes elaboram um projeto, dentro da disciplina Projeto Integrador Multidisciplinar, escolhendo uma clientela para atuarem neste segundo semestre. “É uma via de mão dupla, ao mesmo tempo em que estão fazendo o bem para aquela determinada clientela, elas estão recebendo amor, carinho e atenção. Acho importante trazer, para a área de estética, que se insere na área da saúde, esse outro olhar sobre as pessoas que estão enfrentando doenças e dificuldades”, destacou a professora. 

A convergência do estudo e da prática produz um profissional de sucesso. Com isso, para a acadêmica Jenifer Schnneider, do 6º nível do curso de Estética e Cosmética, poder fazer uso de forma efetiva de todo o conhecimento da academia é engrandecedor. “É maravilhoso participar de uma atividade assim, porque a gente aprende tanto, acumula tanto conhecimento e não tem por que não vir até aqui e dividir com essas pessoas, está sendo incrível. É engrandecedor demais”, afirmou.

Além de prestarem orientações e repassarem dicas de saúde e beleza, as estudantes realizaram tratamentos faciais, corporais, design de sobrancelhas, maquiagem, embelezamento de unhas, massagem de mãos e massagem quick. 

 “Não pode se entristecer, tem que ter fé”
A luta contra o câncer não é novidade para Rosabel Betoni Fernandes, que passou por quimioterapia e radioterapia contra câncer no colo do útero em 2014. Mas ela precisou ter força mais uma vez, já que, no início deste ano, recebeu a notícia da reincidência da doença. “Voltei ao médico e na biópsia comprovou que tinha reincidido, precisei fazer cirurgia, porque só a quimioterapia não iria resolver. Precisei retirar tudo, até a bexiga, passando a usar bolsinha pelo resto da vida, mas entre viver e ver meu filho crescer e usar uma bolsinha, para mim, não há dúvida, o que interessa é viver”, disse.

Ainda conforme Rosabel, a tarde de cuidados trouxe mais alegria para as pacientes. “Muitas vezes, a gente quer fazer as coisas, mas não tem condições, e Deus coloca as pessoas boas no nosso caminho. O que tenho para dizer para quem descobre que tem câncer e fica triste é que não pode se entristecer, tem que ter fé que vai dar tudo certo”, afirmou. 

Outra paciente, Franciele Miranda, vem lutando desde os 24 anos contra um câncer de mama. “Tirei um tumor maligno da mama em 2016 e ele retornou, por isso precisei fazer uma mastectomia e 25 sessões de radioterapia. A gente fica pensando só em melhorar e acaba esquecendo de se cuidar. A última vez que pintaram minha unha foi antes da cirurgia e já vai fazer cinco meses. Então, achei muito legal participar dessa atividade”, disse. 

CACC
O Centro Assistencial à Criança com Câncer é mantido por doações. Atualmente, recebe 78 crianças e 161 adultos em tratamento contra o câncer. Conforme a psicóloga do Centro, Gabriela Stecker, os pacientes utilizam o CACC conforme a necessidade de tratamento hospitalar. O Centro atende atualmente a pacientes de Passo Fundo e outros 68 municípios da região. “Para nós, ações como essa são muito importantes, uma vez que as mulheres chegam aqui muito fragilizadas e isso vem para somar na autoestima, na questão de como elas se sentem em relação ao corpo, como entendem o tratamento. O que mais abala é a questão da autoestima, então, é muito valido, agradecemos a disponibilidade dos acadêmicos que vieram até o CACC”, disse.

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