Ciclo formativo “Universidade em movimento” debate os desafios da curricularização

A Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveu, na tarde desta quarta-feira, 22 de setembro, o primeiro encontro do ciclo formativo “Universidade em Movimento: Os desafios da curricularizAÇÃO”. O evento, realizado de forma on-line, reuniu professores da Instituição, que acompanharam o painel “Vamos pensar a curricularização”, com o professor Josué Adam Lazier.

Mediado pelo vice-reitor de Graduação, professor Dr. Edison Alencar Casagranda, Lazier destacou os principais desafios para a curricularização na Universidade. Segundo ele, há a possibilidade de ousar, pensar e fazer um processo novo. “Até agora, a extensão é um componente extracurricular. A partir da resolução, a extensão universitária é um componente curricular. E como fazer isso? É um momento em que somos provocados a ousar, pensar e fazer a partir de diretrizes, que não são novas. Elas já vêm desde 1918, com o Manifesto de Córdoba, mas que agora se tornaram balizas com o decreto da Resolução nº 7, de 18 de 2018. Ao falar de curricularizar a extensão, estamos dizendo que somos impulsionados a sair do conforto enquanto construtores de matrizes curriculares”, disse.

Outro desafio mencionado pelo convidado se refere ao esforço de diálogo permanente com os diferentes atores, docentes, discentes, funcionários e técnicos administrativos para a construção deste processo. Além disso, Lazier falou da necessidade de conceber que não será mais possível trabalhar com um determinado percentual de estudantes que vão se dispor a se envolver com projetos de extensão, muitas vezes até com fomento da Instituição. “Temos que pensar que 100% dos alunos estarão envolvidos em programas e projetos de extensão. Não é mais trabalhar com um percentual de alunos. Agora temos que trabalhar com 100% deles. Como fazer? Isso nos força a ousar, a pensar e a usar a criatividade para fazer esses movimentos internos”, complementou.

O painelista ainda enfatizou a possibilidade de inserção social, no sentido de criar condições para que os estudantes possam desenvolver uma interação dialógica, uma convivência com comunidades parceiras e com os diferentes territórios, a partir dos programas institucionais, das demandas sociais que, segundo o professor, de certa maneira reclamam a presença da universidade.

A Universidade no ambiente social
Para Josué, falar da extensão é algo que está ligado com a história de todos. “Em uma universidade comunitária, não tem como tratar a educação sem considerar esse DNA, esse viés da responsabilidade social, da inserção social, da percepção da realidade e da compreensão sobre as situações que envolvem a vida contemporânea”, afirma, salientando que uma universidade em movimento tem o grande desafio de curricularizar a extensão. “O papel da Universidade é justamente de se colocar, se inserir no ambiente social e atuar de forma a contribuir para a construção de caminhos que possam ajudar a Instituição”, pontua.

Para repensar a Universidade
Presente no encontro, a reitora da UPF, Dra. Bernadete Maria Dalmolin, comentou sobre a importância do ciclo formativo. “É um momento muito importante para nós da UPF, para que possamos de fato rever os nossos processos, recriar trilhas criativas nos nossos currículos e repensar toda a Universidade”, declarou.

Além dos professores da UPF, participaram do evento o vice-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Assuntos Comunitários, Dr. Rogerio da Silva, e a coordenadora da Divisão de Extensão, professora Dra. Adriana Bragagnolo.
 
Próximas ações
O ciclo formativo “Universidade em Movimento: Os desafios da curricularizAÇÃO” terá sequência no mês de outubro, com outros dois momentos que serão constituídos por experiências de curricularização vividas na pesquisa e na extensão. Já em novembro e em 2022, haverá momentos específicos.

Para conferir o evento desta quarta-feira, acesse AQUI.