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Brucelose e tuberculose na bovinocultura de leite é tema de debate na UPF

24/09/2018

11:22

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Reprodução/UPF

Evento será no dia 31 de outubro, no Centro de Eventos da UPF, com abordagem sobre controle e erradicação das doenças

No mundo, a tuberculose é a doença infectocontagiosa que mais provoca mortes em humanos. Em 2016, foram relatados 10,4 milhões de casos, que ocasionaram 1,6 milhões de óbitos. O Brasil está entre os 20 países no mundo que mais têm tuberculose na população, sendo a 4ª causa de morte por doença infecciosa e a primeira causa entre os pacientes com AIDS. Em 2017, foram relatados 69,5 mil casos novos e 4,4 mil mortes. No Rio Grande do Sul, nesse mesmo ano, foram relatados 4.360 novos casos. Uma das grandes causas da transmissão da tuberculose para os humanos é o consumo de carne, leite e seus derivados contaminados pelo agente. No Brasil, a prevalência média no rebanho bovino é de 2,64% e no estado, em 2016, a prevalência ficou em 2,84%.

Já no que refere à brucelose humana, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano são diagnosticados cerca de 500 mil casos no mundo, a maioria com origem em animais. Os programas de controle e erradicação da brucelose bovina têm um efeito importante sobre a redução da incidência da brucelose humana. A ocorrência maior é no gado de leite dos países da América Latina, onde os prejuízos anuais são de cerca de US$ 600 milhões. A taxa de mortalidade da brucelose é baixa em humanos, inferior a 2%, contudo, ela causa várias sequelas, como abortos e problemas de infertilidade, tanto no homem quanto na mulher. No Brasil, a utilização da vacina B19 e RB51 nas novilhas tem reduzido a prevalência dessa doença. No Rio Grande do Sul, os índices de ocorrência passaram de 2% em 1975 para 0,17% em 2015.

Com dados tão significativos, a Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV), realiza o 1º Fórum sobre Brucelose e Tuberculose na Bovinocultura de Leite. O evento, que visa debater os principais desafios no controle e na erradicação das duas doenças, será realizado no dia 31 de outubro, no Centro de Eventos da UPF. As atividades iniciam às 8h. Podem participar produtores, agroindústrias de leite, estudantes de graduação e pós-graduação, entidades de classe, órgãos oficiais, profissionais autônomos e toda a comunidade acadêmica que tem interesse no tema. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas aqui, até o dia 26 de outubro.

A programação pode ser conferida aqui.

Erradicação da brucelose e tuberculose animal

O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) foi instituído no ano de 2001 e regulamentado em 2004 pela Instrução Normativa nº 06 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O programa prevê ações compulsórias e voluntárias. Dentre as compulsórias, está a vacinação obrigatória contra brucelose, em terneiras de 3 a 8 meses de idade, com vacina utilizando a cepa B19 da Brucella abortus. Também são compulsórios o isolamento e a eliminação dos bovinos e bubalinos positivos no diagnóstico para tuberculose (TB) e brucelose (BRU), diagnosticados através de testes realizados pelos médicos-veterinários habilitados ao diagnóstico no PNCEBT (MVH PNCEBT). Quanto às ações voluntárias, a principal é a Certificação de Propriedade Livre de TB e BRU.

No estado do Rio Grande do Sul, vigora desde dezembro de 2014 a Instrução Normativa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação nº 02/2014 (IN-SEAPI 02/2014), que prevê a interdição das propriedades foco de tuberculose e brucelose e impõe as regras para o saneamento desses focos. Também prevê a obrigatoriedade de testes negativos dos animais que farão trânsito com a finalidade de reprodução e para o trânsito de fêmeas oriundas de propriedades de leite ou mista, independentemente da finalidade (exceto abate). O objetivo da IN-SEAPI 02/2014 é complementar as ações do PNCEBT, evitando a disseminação das doenças, e fomentar o processo de detecção dos focos a partir do diagnóstico dos MVH PNCEBT.