Extensão

Conhecimento, informação e diálogo pelo fim da violência contra a mulher

29/11/2021

15:55

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação / Comunicação Câmara de Vereadores de Passo Fundo

Projur Mulher e Diversidade promove ações e participa de encontros que marcam os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher

De cada quatro mulheres que sofrem violência doméstica, uma não denuncia o agressor por depender financeiramente dele. Essa situação, que não é o único motivo para o não registro, reflete uma realidade complexa e que precisa de atenção. Por isso, uma campanha internacional, com início no dia 25 de novembro, propõe 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. A UPF integra as ações por meio do Projur Mulher e Diversidade, projeto de extensão ligado à Faculdade de Direito. O grupo tem realizado encontros, promovido ações, participado de debates e levado conhecimento, informação e escuta para participar da mudança.

Fórum de debates do Legislativo

Uma das movimentações foi a participação da professora Dra. Karen Fritz no Fórum de debates do Legislativo, em Passo Fundo. Na oportunidade a professora, que também atua na coordenação do Projur Mulher e Diversidade, abordou o tema “Violência patrimonial”. Participaram da mesa, a Delegada Rafaela Bier, que mostrou dados preocupantes da região; a vereadora Janaína Portella, que explanou sobre os 16 dias de ativismo e a cultura de paz e, por fim, o vereador Luiz Valendorf, que apresentou o Fundo de Amparo às mulheres vítima de violência doméstica.

De acordo com a professora Karen, cerca de 72% das mulheres afirmam que houve um aumento na necessidade de monitoramento e companhia (para idosos e crianças) durante a pandemia.  Para ela, a situação agrava ainda mais a situação das mulheres no mercado de trabalho e, por consequência, na vida pessoal. “Esse resultado reflete no acúmulo de trabalho não reconhecido e não remunerado, na falta de um emprego formal, na promoção do aumento da desigualdade de gênero no país e que deságua, em cada vez mais, ocorrência de violência de gênero contra mulheres”, relata.

Outro fator de impacto é a questão da desigualdade salarial. Conforme Karen, 38% das mulheres ainda recebem menos atuando nas mesmas áreas. Esse dado reflete diretamente na violência contra a mulher, uma vez que de cada quatro mulheres que sofrem violência doméstica, uma não denuncia o agressor por depender financeiramente dele. “O Projur vem desenvolvendo um novo projeto sobre bem-estar financeiro. E nesse novo projeto, buscamos enfatizar a importância da autonomia financeira para mulheres vítimas de violência doméstica, da empregabilidade para a mulher vítima de violência doméstica e familiar e a importância das políticas públicas desenvolvidas a partir dessa realidade”, explica.

Nas atividades propostas de educação financeira, a equipe do Projur Mulher e Diversidade tem abordado alguns tópicos específicos:

  • A Relação com o Dinheiro 

Compreender a relação cotidiana das pessoas com os seus recursos financeiros e fazer escolhas cada vez mais conscientes. Refletir sobre seus sonhos e sobre como transformá-los em realidade por meio de projetos. Avaliar suas necessidades e desejos e como os efeitos de suas escolhas afetam a qualidade de vida no presente e no futuro. 

  • Orçamento Pessoal ou Familiar 

Reconhecer o orçamento como ferramenta para a compreensão dos próprios hábitos de consumo. Aplicar os conceitos de receitas e despesas na elaboração do orçamento, para torná-lo superavitário. Utilizar o orçamento para o planejamento financeiro pessoal e familiar. 

  • Uso do Crédito e Administração das Dívidas 

Identificar o crédito como uma fonte adicional de recursos que não são próprios e que, ao ser utilizado implica o pagamento de juros. Entender as vantagens e as desvantagens do uso do crédito e a importância de fazer a escolha adequada entre as modalidades disponíveis, considerando o seu custo. Identificar causas e consequências do endividamento excessivo e compreender as atitudes necessárias para sair dessa condição.

  • Consumo Planejado e Consciente 

Entender as vantagens e as dificuldades de planejar o consumo. Conhecer as estratégias e as técnicas de vendas utilizadas pelos comerciantes para conquistar o consumidor, e as atitudes que podem ser adotadas pelo consumidor para evitar o consumo por impulso. Promover o consumo consciente com práticas sustentáveis, inclusive no que se refere ao uso e conservação do dinheiro.

Atendimentos junto à comunidade

Os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres atuam como uma estratégia de mobilização das pessoas e organizações, em todo o mundo, para engajamento na prevenção e na eliminação da violência contra as mulheres e meninas. Aderindo a campanha, o Projur Mulher e Diversidade da UPF Casca, juntamente com o curso Técnico em Enfermagem, o Balcão do Consumidor de Casca e Sajur da UPF Casca realizaram no dia 25 de novembro, uma ação de atendimentos à comunidade de Casca.

O objetivo da atividade além dos atendimentos, foi sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o tema. A ação contou com a participação da coordenadora do Projur Mulher e Diversidade, professora Dra. Josiane Petry Faria, da coordenadora adjunta do curso de Direito em Casca, professora Me. Nadya Tonial e da professora do curso Técnico em Enfermagem, Rosane Lorenzzetti, além de acadêmicos e estagiários dos projetos. Na oportunidade também foram distribuídos kits de higiene e oferecidos testes rápidos para a população.

Para a estagiária do Projur Mulher e Diversidade, Eliane Barbosa, a atividade é fundamental para a vivência prática da formação. “A realização destas atividades atreladas à comunidade é de suma relevância, tendo em vista que o Projur Mulher e Diversidade é um projeto de extensão que visa promover a proteção das mulheres. Ainda, necessária a promoção de atividades dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, pois este é um importante movimento voltado para a promoção das garantias dos direitos das mulheres e meninas”, salientou.

Criação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Casca

O dia também foi marcado pela sanção e promulgação de leis municipais que criaram o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e a Coordenadoria Municipal da Mulher de Casca. O evento contou com a presença da secretária Estadual de Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, Regina Fortunati.

A prefeita em exercício de Casca, Lurdes Lucia Benvegnu Foppa, agradeceu o apoio do Projur Mulher e Diversidade, a presença de todos e se colocou à disposição na luta feminina.

De acordo com a coordenadora do Projur, a criação dos órgãos é pertinente e bem-vinda. “Foi uma satisfação terminar o dia 25 de novembro que dentre os 16 dias de luta contra a mulher é um dia pela erradicação da violência contra a mulher, com a presença da secretaria Estadual de Direitos Humanos no Campus UPF Casca e ainda a presença das atividades locais com a presença de duas importantes Leis, com a colaboração do Projur”, destacou Josiane.