Pesquisa e Inovação

Conhecimento, consciência e ação: a visão da comunidade sobre o meio ambiente

26/04/2017

15:25

Por: Caroline Simor

Fotos: Divulgação

Pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia da UPF levantou dados sobre a percepção ambiental em Passo Fundo

O senso comum já diz que saber é diferente de fazer. Essa reflexão foi o ponto de partida para a pesquisa desenvolvida por Vinicius Audino, dentro do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade de Passo Fundo (PPGEng/UPF), em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma instituição alemã. O trabalho mapeou os 22 setores que contemplam os bairros de Passo Fundo e quantificou três indicadores relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade: conhecimento, importância e comportamento. O levantamento mostrou que as pessoas têm conhecimento sobre o tema, mas ainda faltam muitas ações para uma mudança de comportamento.

A pesquisa, intitulada “Elaboração de um instrumento de percepção ambiental para população urbana em cidades”, contou com 386 entrevistas, estruturadas de acordo com a realidade de cada bairro. As perguntas, segundo Vinícius, tinham como objetivo levantar a percepção ambiental da comunidade.

Nas entrevistas, o item importância foi o que teve a nota mais alta. O conhecimento foi considerado médio e o comportamento ficou com uma pontuação bastante baixa. “Um dos principais pontos levantados é que as pessoas se preocupam, mas efetivamente não têm muitas iniciativas quanto ao cuidado com o meio ambiente. Fiz a pergunta: você se preocupa com as nascentes e a questão da escassez de água? A resposta foi sim, mas quando questionados se tomam banhos demorados, a resposta foi afirmativa também”, explica o pesquisador.

A pesquisa, focada na sustentabilidade de cidades, no eixo socioambiental, ligado à educação e à percepção ambiental, também avaliou os itens separando homens e mulheres, e apontou que o público feminino tem mais conhecimento sobre o tema, já o comportamento e a importância tem o mesmo valor. De acordo com Vinícius, a faixa etária com melhor comportamento é aquela acima de 60 anos, ou seja, os mais velhos têm uma consciência maior sobre a importância de fazer e não apenas saber. Na opinião dele, embora a diferença não tenha sido grande, ela foi estatisticamente significativa.

Mudança começa pela consciência
Apesar da pouca ação, a pesquisa demonstra que a população está preocupada com a sustentabilidade e com o meio ambiente. Para Vinícius, a mudança começa por aí, e, nesse sentido, quanto mais informações a sociedade tiver, mais perto da ação estará. “A conclusão principal é a de que quando a pessoa tem o conhecimento, ela tem uma tendência maior a dar importância e a se comportar de maneira lógica com esse conhecimento. Dessa maneira, percebe-se a importância da comunicação e da informação para que haja uma mudança de comportamento”, pontua.