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Alternativas de financiamento para os alunos de Instituições comunitárias foi tema de debate no Seminário Internacional

08/05/2018

14:31

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Alessandra Painato

Com o objetivo de promover a compreensão do modelo comunitário, bem como de sua potencialidade para a expansão da educação superior brasileira com qualidade, acontece na Universidade de Passo Fundo (UPF) o seminário internacional “O modelo comunitário na educação superior: uma visão de futuro”, que iniciou na noite de segunda-feira, 7 de maio, e segue durante toda esta terça-feira, 8 de maio, com uma ampla programação.

O evento, que é uma iniciativa da UPF em parceria com o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), reuniu especialistas na manhã desta terça-feira, 8 de maio, para um debate acerca das “Alternativas e perspectivas de financiamento para os alunos de Ices”. O tema tem sido motivo de avaliação interna das instituições devido à instabilidade dos programas oferecidos pelo governo e, também, tem sido debatido entre os gestores que buscam alternativas para minimizar o impacto no ensino superior

Viabilizar apoio
Presidindo o debate, o presidente do Comung e reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, iniciou apresentando os dados da Universidade, que dispõe de programa próprio para viabilizar o ensino superior aos acadêmicos. “Sabidamente, não há como pensarmos em ampliar o número de alunos no ensino superior se não houver uma forma de financiá-los. Eles precisam de apoio financeiro para poder seguir frequentando os nossos cursos”, apontou ele.

O reitor da UPF enfatizou que há opções para financiamentos. “Nós temos um programa oficial de financiamento estudantil, o Fies, que vem agora remodelado, porém, a UPF optou por não aderir ao programa em razão de entender que ele não atende às necessidades da Instituição e dos alunos. Além desse, a UPF criou em 2015 um programa próprio de apoio estudantil, o PAE, que está dando conta dessa questão. Temos ainda outras linhas de crédito que dão sustentação, entretanto, precisamos de um financiamento que seja mais identificado com o segmento comunitário”, frisou ele.

Segundo ele, o que o painel propõe é discutir alternativas para buscar um financiamento que tenha a marca das instituições comunitárias gaúchas. “Nosso desafio é ver qual o caminho. Existem muitas alternativas de mercado de instituições financeiras, no entanto, elas vêm com custo alto para o aluno. Nossa preocupação permanente é no sentido de não onerar o aluno, mas viabilizar formas para que possa acessar o ensino superior”, definiu. 

Panorama do ensino superior
Durante o painel, o pró-reitor da Universidade Feevale e vice-presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Instituições Comunitárias de Educação Superior no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiman), professor Alexandre Zeni, apresentou o panorama do ensino superior brasileiro, apontando dados relacionados às matrículas e ao ingresso, o cenário atual de financiamentos e os pilares para a concretização de um programa de crédito sustentável.

Para Zeni, o acesso à universidade passa pelo financiamento, e as comunitárias precisam encontrar uma solução. “É difícil ter qualidade se não tem valor agregado e não podemos esperar pelo governo, precisamos encontrar soluções. As comunitárias têm como se unirem e trabalharem em conjunto. Resolver a questão do financiamento é pretencioso, mas precisamos olhar isso com muito profissionalismo. Há necessidade de que esse país avance pela educação e sem financiamento não há educação”, ponderou.  

O reitor da Unoesc e vice-presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), professor Aristides Cimadon, trouxe as experiências vividas pela sua instituição e evidenciou que é possível obter recursos do poder público tanto na prestação de serviços quanto em recursos destinados para o desenvolvimento de programas. “Poderemos conseguir recursos se soubermos trabalhar em conjunto. O nosso caminho está na busca de recursos, fazendo o trabalho que temos que fazer. Para prestar serviços buscando recursos para manutenção e melhoria das instituições, precisamos nos reinventar, desde a nossa estrutura organizacional e de gestão, até a revisão da instituição e, sobretudo, a nossa estrutura pedagógica”, disse.

O reitor da Unifeob e presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), professor João Otávio Bastos Junqueira, trouxe modelos internacionais, a exemplo do que pôde verificar em uma viagem recente à Austrália. “Pude conhecer um programa de financiamento governamental que é atrelado à renda do aluno depois de formado”, explicou.

Para ele, um dos entraves é que os programas deveriam ser disponibilizados para poucas instituições, aquelas que realmente agregam competências ao seu egresso. “As comunitárias se inserem fortemente nisso, pela responsabilidade com a qualidade e pelo compromisso com a sociedade e com a transformação de vidas”, enfatizou.  Conforme Junqueira, o gargalo a ser discutido é a criação de um fundo estatal, privado ou mesmo um fundo próprio das comunitárias, atrelado a essa mesma instituição de ensino em proporcionar uma transformação de vida e de renda ao seu egresso.

Informações
A programação completa e mais informações sobre o evento podem ser acessadas no site www.upf.br/comunitarias.