Jornada

Zeca Camargo participa da primeira conferência da Jornada

25/09/2017

11:11

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Jornalista e escritor integra o debate da conferência “Literatura e imagem: além dos limites do real”, na noite do dia 3 de outubro

“Eu tenho certeza de que as conversas que lá tivermos vão ser capazes de nos jogar muito além dos limites do real”. Essa é a expectativa do jornalista e escritor Zeca Camargo sobre a sua participação na 16ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo/RS. Zeca apresentará, durante a Jornada, suas percepções em relação a “Literatura e imagem: além dos limites do real”. Esse será o tema central da primeira conferência da Jornada, na noite do dia 3 de outubro, no Espaço Suassuna, ao lado dos também escritores Pedro Gabriel, Rafael Coutinho e Roger Mello. 


Zeca Camargo enfatizou que a Jornada é um encontro de uma força enorme para o universo dos livros no Brasil. Inscrições para a Jornada estão abertas até 1º de outubro


As múltiplas possibilidades da leitura, em especial a leitura da imagem, estarão entre os grandes debates da Jornada. Para Zeca, a leitura é sempre um ponto de partida. E, segundo ele, têm, no seu infinito, um poder limitado: seu domínio é o das palavras. “Somos nós que, como leitores, criamos o resto – um novo real, se preferir, a partir daquele que elas (as palavras) nos oferecem. Se a literatura que temos diante de nós parte do real ou de um universo completamente imaginado, não importa. Somos capazes de desenvolver muitas realidades além dela”, observa o escritor.

Entre as obras indicadas de Zeca para a Jornada, estão: “1000 lugares fantásticos no Brasil”; “Isso aqui é seu Novos olhares”; e “De A-ha a U2”. O escritor comenta como começou a escrever livros. “Jornalista tem que gostar de escrever, né? Mesmo na televisão, fazer uma reportagem envolve a criação de um texto. A prática só aumentou essa relação. Os primeiros livros que escrevi eram, na verdade, grandes reportagens – e eu trouxe um pouco disso para as crônicas e para as tentativas de ficção que tenho feito. É um ‘ofício’, como a gente brinca, um desdobramento natural da nossa maneira de observar o mundo”, revela o jornalista.

Dieta mental
A comunicação e a literatura têm uma relação muito próxima. Zeca comenta que, quando a discussão sobre ‘como escrever melhor’ surge com os seus alunos de jornalismo, sua resposta é simples: “Lendo mais! Nossa dieta mental do dia a dia envolve sempre algum texto – do jornalismo à crônica, passando, claro, pelo whatsapp... Mas é na literatura que refinamos nossa comunicação – se não para diretamente crescermos na nossa conversa e no nosso pensamento, ao menos para abrirmos nosso leque de assuntos e temas. Uma coisa alimenta a outra”, destaca Zeca.

Encontrar textos sedutores é a maior dificuldade para formar leitores. Segundo o jornalista e escritor, as leituras “obrigatórias” muitas vezes assustam crianças e adolescentes. O importante é não desistir. “É preciso paciência e perseverança na maioria das vezes. Mas, encontrando um bom texto, acessível e fascinante, já ganhamos esse desafio. Eu sempre procuro escrever cada parágrafo como se fosse um capítulo das ‘Mil e uma noites’: o leitor tem que ter a curiosidade de querer saber onde aquela história vai levá-lo”, comenta o escritor.

Inspirações
Vários autores inspiram ou inspiraram Zeca durante a vida dele. O jornalista revela que a primeira paixão foi Agatha Christie, “porta de entrada” para os livros. “Antes era uma paixão casual – como quando eu encontrava um primeiro capítulo que começava: ‘Era no tempo do rei’... (“Memórias de um sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida)”, relembra o escritor.

Mas, conforme ele, os gostos mudam. “Já me apaixonei por narrativas de autores indianos, como Salman Rushdie e Rohinton Mistry. Já tive minha fase Patricia Highsmith. Hoje, leio qualquer coisa que Edward St. Albin escrever – e sempre releio um Eça de Queiroz de vez em quando... Mas um autor que nunca deixa de me encantar é Ian McEwan – pela maneira como escreve, pela estrutura que dá às suas histórias e pela maneira com que sempre nos surpreende”, pontua Zeca.

Expectativa para a Jornada
As Jornadas Literárias acontecem há 36 anos. Nesta edição, uma das homenageadas é Clarice Lispector, uma das grandes escritoras brasileiras. Clarice também é muito especial para Zeca Camargo, que relembrou algumas obras marcantes da autora, como “O ovo e a galinha” (conto de “A legião estrangeira”) e “A paixão segundo GH”. “Pelas sensações que ela sempre me provocou, fico extremamente feliz de participar de uma Jornada que a homenageia entre nomes tão fortes da literatura brasileira”, comentou Zeca.

Sobre a Jornada, o jornalista afirmou que é um encontro de uma força enorme para o universo dos livros no Brasil. “Fiquei bem feliz com o convite para participar dessa edição. Eu tenho certeza de que as conversas que lá tivermos vão ser capazes de nos jogar muito além dos limites do real”, finalizou o escritor.

Última semana de inscrições
A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura são promovidas pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e pela Prefeitura de Passo Fundo. Os eventos contam com os patrocínios do Banrisul, da Corsan, da Ambev, da Companhia Zaffari & Bourbon,  da Ipiranga, da Panvel, da SulGás, da Triway e da TechDEC; com o apoio cultural da BSBIOS e do Sesi; patrocínio promocional da Capes, da Fapergs, da Italac e da Oniz; com a parceria cultural do Sesc; financiamento do Governo do Estado – Secretaria da Cultura – Pró-cultura RS LIC e realização do Ministério da Cultura. 

As inscrições para a Jornada e para a Jornadinha estão abertas até o dia 1º de outubro. Para a Jornada, o público pode se inscrever tanto para o evento completo quanto para apenas noites individuais. Os interessados devem se inscrever no portal www.upf.br/16jornada. A programação completa também está disponível no site da Jornada. Informações podem ser obtidas pelo e-mail jornada@upf.br ou pelo telefone (54) 3316-8368.