Tecnologia aliada a ideias inovadoras

Entre ferramentas e computadores, as ideias inovadoras são os bens que mais brilham dentro da Inel Indústria. O chimarrão sempre presente na mesa do engenheiro Daniel Martins, um dos proprietários da Inel, não mente: genuinamente gaúcha, a empresa está inserida na região Norte do estado, onde o setor agrícola tem grande influência na economia regional.

Quando se fala em tecnologia aliada à inovação, em uma cidade como Passo Fundo, o Parque Científico e Tecnológico da Universidade de Passo Fundo (UPFParque) é referência. Daniel e seu amigo – agora sócio – Leandro Bonfante  já tinham ciência disso ao decidirem montar o próprio negócio. Antigos colegas no curso de Engenharia Elétrica da UPF, os dois nunca perderam o contato. Durante algum tempo, trabalharam juntos em outra empresa, e as ideias em comum começaram a se encontrar e ganhar novas formas. “Em 2014, virei sócio de uma empresa com foco em pesquisa e desenvolvimento de equipamentos eletrônicos para a área de máquinas e implementos agrícolas. Assim surgiu a Inel”.

A iniciativa conjunta entrou para os papeis no ano de 2014, mas ainda não tinha um espaço próprio para que os trabalhos começassem. “Eu já conhecia o UPFParque e tinha o contato do local, porque eu trabalhava com um pessoal daqui. E aí, quando eu e meus sócios começamos a pensar onde iríamos trabalhar, percebemos que a ideia do Parque se alinhava com a da nossa empresa. Ainda éramos pequenos, com poucos recursos. Tudo se alinhou”, conta Daniel. A estrutura era pequena, mas suficiente para atender a demanda e assim permanece até hoje – o foco é unicamente direcionado ao desenvolvimento. A partir de então, a Inel é uma das empresas incubadas no Parque Tecnológico e, hoje, a vida da empresa no UPFParque já completa dois anos.

Embora pequena, alguns fatores fazem com que a Inel Indústria se diferencie em seus produtos: ela está inserida em um mercado altamente tecnológico de gerenciamento de máquinas agrícolas através da integração entre hardware e software e conta com experiência adquirida em anos de trabalho pelo departamento de engenharia na área agrícola. Tal experiência traz à tona as reais necessidades do mercado. Assim, a empresa é capaz de antecipar os acontecimentos no campo e criar produtos com qualidade, credibilidade e conforme a demanda dos clientes. “A gente sempre busca dar total exclusividade para cada projeto, de cada um dos nossos consumidores, para que de fato possamos oferecer algo único”, o engenheiro explica. Este é o principal conceito que insere a instituição no agronegócio brasileiro.

Além disso, a Inel possui parcerias com empresas importantes do setor agrícola. Devido ao fato de vender a tecnologia desenvolvida para outras empresas, dificilmente a marca Inel pode ser vista em uma feira, por exemplo. São as empresas parceiras que fazem com que os produtos de Daniel e seus sócios cheguem às indústrias, às revendas e aos produtores rurais, que são os maiores beneficiados pelo constante desenvolvimento das tecnologias utilizadas. Hoje, a empresa já conta com quatro produtos comercializados no mercado e tem alguns outros em desenvolvimento. “Nossos produtos mais vendidos, atualmente, são os monitores de plantio, sensores de grama, sensor de semente e sensor de adubo, que fazem a leitura e a contagem do grão. Esse é o carro-chefe que mantém a empresa”. Oferece, também, um dispositivo lançado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Agronomia, da própria UPF. Trata-se de um projeto de cooperação com o professor Vilson Klein, que teve a ideia e procurava um parceiro para tirá-la do papel. “O professor procurou a UPFTec e eles propuseram a ideia para nós. Como gostamos, decidimos abraçar. Agora, o dispositivo está prestes a sair no mercado”.

Com novas ideias sempre na mente e na ponta da caneta, a intenção é que a empresa possa aumentar a sua estrutura, atendendo à demanda crescente do mercado com cada vez mais eficiência e agilidade. “Mas, mesmo que a empresa cresça, queremos manter ela aqui dentro do Parque. Sabemos que a parceria entre a Inel e o UPF Parque é de extrema importância”.

Comunicação

Apesar do contato direto com a tecnologia, Daniel afirma que a Inel Indústria não investe e não tem intenção de promover qualquer tipo de marketing tradicional no momento. “Isso se deve a dois motivos: primeiro porque ainda não temos um tamanho que comporte um grande número de projetos simultâneos e sempre temos demanda a atender”. Justificando o primeiro motivo, Daniel conta que a empresa tem uma equipe enxuta – além dos dois sócios, são apenas dois estagiários, um da área de Computação e um da área de Engenharia Elétrica. “O segundo motivo é que, geralmente, os clientes nos procuram diretamente, por já terem nossos contatos e pela facilidade no desenvolvimento das ideias”, finaliza.

Sobre a UPFParque

O Parque é fruto de uma iniciativa da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UPF, que integra uma política de contribuição com o desenvolvimento responsável da região onde tem influência, trabalhando constantemente na aproximação da instituição com a sociedade, suas necessidades e demandas. Um dos principais objetivos da iniciativa é auxiliar o Poder Público e contar com sua parceria na busca de soluções para as diversas demandas nas áreas de maior necessidade e a interação com o setor empresarial na busca por maior competitividade e inovação do sistema produtivo local e regional.

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