Cultura

MHR: há quatro décadas preservando o patrimônio histórico e cultural de Passo Fundo e região

21/03/2017

17:38

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Maria Eduarda Ely/NexjorFAC

Museu Histórico Regional (MHR) possui um acervo com mais de 13 mil itens e quase 200 mil pessoas já visitaram o local

Mais de 200 exposições, 190 mil visitantes e um acervo de 13 mil itens. Esses números representam um pouco da importância do Museu Histórico Regional da Universidade de Passo Fundo (MHR/UPF), mantido em parceria com a Prefeitura de Passo Fundo, que neste ano completa 40 anos de história.  O MHR guarda em seu acervo fragmentos importantes da história de Passo Fundo e região. Uma série de ações serão realizadas ao longo do ano para marcar a trajetória do Museu. A primeira delas é a exposição “40 anos de história: do MHC ao MHR”. A mostra estará aberta para visitação a partir desta sexta-feira, 17 de março, e segue até o dia 13 de agosto. 

A primeira denominação do espaço foi Museu Histórico-Cultural (MHC), em 1977. O Museu surgiu após um trabalho de conclusão de curso realizado um ano anterior, em 1976, por alunas da Universidade de Passo Fundo (UPF), que, na época, cursavam Plástica e Desenho no Instituto de Artes da Universidade. “Durante as entrevistas feitas pelas alunas para a pesquisa, 100% dos entrevistados indicaram a necessidade de ter um espaço que contasse a história de Passo Fundo. O trabalho contou com o apoio da Faculdade de Educação e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Passo Fundo e, em 1977, por meio do Decreto Municipal Nº 52/77, foi criado o Museu Histórico-Cultural”, revelou a coordenadora do MHR, Tania Aimi.

O MHC ficou alguns anos fechados e foi reaberto em 18 de maio de 1996, com a nova designação de Museu Histórico Regional e passou a ser administrado pela UPF, por meio de convênio com a Prefeitura de Passo Fundo. O decreto com a alteração do nome foi publicado apenas em 2004 (Decreto Municipal Nº 232/04). Desde a sua criação, o Museu está localizado no prédio da antiga Prefeitura Municipal, na Avenida Brasil, no Centro de Passo Fundo.

Preservando as origens
Um museu histórico possibilita que as pessoas conheçam suas origens, tornando-as pertencentes àquele espaço e àquela comunidade. Segundo a coordenadora do MHR, é papel dos museus históricos contribuir para as discussões e conscientização sobre o patrimônio histórico em seu trabalho e se aproximar da comunidade interagindo com ela na construção de suas exposições. “Os museus, tal como a sociedade, estão em constante transformação, cumprindo novos papeis na comunidade onde estão inseridos. Promovem, por meio de suas ações, a preservação, a difusão da memória e do patrimônio histórico e cultural de Passo Fundo e região”, assegurou Tania.

O MHR, desde a sua reabertura, aprimorou sua leitura sobre as exposições, ações educativas e atendimento ao público. Apresenta seu acervo à comunidade através de temáticas que compõem exposições temporárias e itinerantes, centradas na história local e regional e desenvolve atividades expositivas em parceria e colaboração com a comunidade. Também desenvolve ações educativas voltadas a escolas e a grupos da comunidade municipal e regional e disponibiliza o acervo para pesquisa nos diferentes níveis de ensino.  “Acredito que os Museus atualmente assumem um papel cada vez mais importante. Diariamente, vemos novidades na área das tecnologias, de equipamentos e de bens de consumo... As informações são rápidas, se transformam e se modificam rapidamente, e, de igual modo, são rapidamente descartadas do cotidiano das pessoas. É aí que surge novamente a importância dos museus, que, por sua vez, terão que ir se adaptando para poder atender aos novos desafios que vão surgindo”, ressaltou Tania.

Tania garante que o Museu é um espaço de educação não formal, funcionando como um local de aprendizagem para alunos da Rede de Ensino da cidade e da região, grupos de terceira idade, grupos em vulnerabilidade social, bem como para acadêmicos de Artes, História, Publicidade e Propaganda, Design, Jornalismo e Arquitetura, entre outros, oportunizando a multidisciplinaridade entre os espaços acadêmicos e os museais. 

Acervo preserva importantes itens do século XIX e início do XX
O acervo do MHR é composto por 13,1 mil itens, tendo a maioria desses sido doada pela comunidade. Dentre os itens mais significativos, estão: escarradeira de louça, 1917; aparelho de Código Morse – 1910; Central telefônica da PMPF – Década de 1960; cartola, piteiras, peças de vestuário, fardas, citara, entre outros. 

O acervo é dividido por setores: Documental/arquivístico – composto por documentos pessoais e administrativos, além de recortes de jornais; Arqueológico – formado por artefatos significativos em cerâmico e lítico (lascado e polido), relativos aos povos mais antigos da região; Objetos – abrangendo aspectos histórico-culturais de Passo Fundo e região, possuindo itens da segunda metade do século XIX até o início do século XXI; e Iconográfico – apresenta imagens físicas e digitais que ilustram o processo de desenvolvimento histórico de Passo Fundo e região.

Mais de 200 exposições
Desde a sua inauguração, mais de 190 mil pessoas visitaram o Museu, que já apresentou, em suas três salas expositivas, mais de 200 exposições de curta duração, com objetos de seu acervo, de outras instituições e emprestadas pela comunidade, bem como exposições itinerantes pela cidade e região. De acordo com a coordenadora do MHR, além de funções museais de guarda, o Museu cumpre, dessa forma, a divulgação da memória e do patrimônio histórico-cultural. 

Nos últimos 20 anos, o MHR recebeu e promoveu importantes exposições. Tania cita como exemplo a exposição “Além das 4 linhas – sobre o futebol de Passo Fundo”, que, em 2010 e 2011, abriu um novo ciclo no Museu, marcado pela efetiva participação da comunidade na construção das exposições do Museu.

Além dessa exposição, é possível destacar também “A prensa de Gutemberg: réplica do XVI, vida e obras de Gutemberg (2001)”; “50 anos da morte de Getúlio Vargas (2004)”; “80 anos da Coluna Prestes – exposição itinerante do Memorial do Rio Grande do Sul/Porto Alegre/RS (2010)”; “Raízes palestinas: história através da arte (2012)”, em parceria com a Embaixada do Estado da Palestina no Brasil; “Onde a esperança se refugiou”, em parceria com o Movimento de Justiça e Direitos Humanos – Ano: 2016; “Vestígios arqueológicos (2016)”; e “O centenário do samba e outros carnavais e 100 anos do visconde do Rio Branco (2016)”.

Exposição marca a abertura das comemorações
A primeira delas é a exposição “40 anos de história: do MHC ao MHR”, reunindo diversos objetos e fotos que relembram a trajetória do Museu. A abertura da mostra para visitação iniciou no dia 17 de março e segue até o dia 13 de agosto.

A programação para o ano de 2017 ainda contará com: 
- Criação do selo comemorativo aos 40 anos do MHR.
- Museu Móvel, com oito atividades, quatro no primeiro e quatro no segundo semestre.
- Lançamento de um jogo com imagens do acervo iconográfico do MHR (dominó da memória), que será distribuído para as escolas durante o ano.
- Participação na 15ª Semana Nacional de Museus, no mês de maio, cujo tema deste ano é “Museus e Histórias Controversas - dizer o indizível em museus”. 
- Exposição em parceria com a Fundação Teixerinha, prevista para o mês de dezembro. 
 

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