Por: Carla Vailatti
Fotos: Gelsoli Casagrande
Programas possibilitam que alunos do ensino médio se integrem a estudantes de graduação e pós-graduação em projetos de pesquisa e extensão na UPF
Um teste de resistência foi realizado em uma viga de madeira no Laboratório de Ensaios em Sistemas Estruturais (LESE) na última semana de setembro. A atividade é rotineira no laboratório, exceto por um detalhe: o experimento foi conduzido por um estudante do ensino médio. Lorenzo Licks, aluno do segundo ano do Integrado UPF, contribui com o projeto de pesquisa “Estruturas da infraestrutura - Modelos qualitativos de estruturas”, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng), por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Pibic/UPF Júnior. O projeto de pesquisa é coordenado pelo professor Zacarias Chamberlain Pravia e também conta com a participação de alunos de graduação e mestrado.
Lorenzo Licks, estudante do ensino médio, contribui com pesquisas de graduação e pós-graduação
O Pibic Júnior é fruto de parceria entre a UPF e o Integrado UPF e possibilita a inserção dos alunos de nível médio no contexto da pesquisa e extensão. Desenvolvido em conjunto entre a Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários e a Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, oportuniza que alunos do ensino médio tenham contato com as áreas de graduação e pós-graduação, ou que participem de atividades em projetos de extensão (Paidex Júnior).
Inovação no uso da madeira
O uso de estruturas em madeira laminada colada vem ganhando espaço no Brasil. Em diversos lugares, como Europa, América do Norte e Japão, essa técnica está presente em residências, pequenos edifícios e até em obras maiores, como os templos japoneses, os pagodes. O professor Zacarias e alguns orientados vêm desenvolvendo estudos nessa área, na qual Lorenzo está integrado desde o primeiro semestre de 2016.
O fato de estar no ensino médio não ameniza a contribuição e o comprometimento do estudante no grupo de pesquisa. “Lorenzo leu duas dissertações de mestrado para aprender sobre o tema e colaborou com as pesquisas de estudantes de graduação e pós-graduação”, comentou o professor.
Lorenzo explica que as estruturas em madeira têm várias vantagens. “É uma técnica inovadora, econômica e segura”, descreve. Para o experimento, ele preparou uma viga confeccionada em lâminas de madeira colada. “Para colar as peças, foi usada uma cola feita com ureia, farinha de trigo e um tipo de sal”, relata. De acordo com o professor Zacarias, a técnica é uma tendência para o futuro, pois se trata de um material reciclável, reflorestável e sem resíduos que prejudicam o meio ambiente, com bom custo-benefício.
O experimento consistiu em aplicar uma carga na peça preparada por Lorenzo, a fim de deformá-la ao máximo, rompendo-a ou não, e avaliar sua capacidade de resistência.
Apesar de ter a intenção de estudar engenharia aeroespacial ou aeronáutica, Lorenzo acredita que as experiências na engenharia civil têm grande contribuição no seu aprendizado. “Aprender sobre os diferentes materiais está sendo bem interessante”, conta o estudante. Para o professor Zacarias, iniciativas como essa colaboram para que os estudantes cheguem mais preparados à graduação. “Para aprender, basta estar com a mente aberta”, finaliza.
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