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Campanha alerta para o risco do câncer de pele

28/11/2017

15:32

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Reprodução

Sociedade Brasileira de Dermatologia promove atividade no Dia Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. Projeto de extensão Amigos da Pele da UPF integra programação do evento

Com a chegada do verão, as pessoas ficam mais expostas aos raios solares, e, para alertar a população sobre os riscos dessa exposição, no próximo sábado, 2 de dezembro, serão realizadas atividades do Dia Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o evento em todo o Brasil e o projeto de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF), Amigos da Pele, integra a programação. Dermatologistas de Passo Fundo, acompanhados por residentes e acadêmicos do curso de Medicina da UPF, estarão prestando informações a respeito da doença. A atividade ocorrerá das 9h às 14h, no antigo prédio do Quartel do Exército. Acadêmicos de Medicina de outras instituições de ensino também participarão da ação. 

De acordo com a coordenadora do projeto de extensão, Me. Gilvana Bonella, acadêmicos da UPF repassarão informações a respeito da doença, pois a exposição solar sem proteção aumenta o risco de câncer de pele. “Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja, as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além desses, os que têm antecedentes familiares com histórico da doença e queimaduras solares. A incapacidade para bronzear e a presença de pintas no corpo também são fatores que devem receber atenção e cuidados redobrados”, explicou.

Ainda segundo a professora Gilvana, uma Cartilha Orientativa de Prevenção ao Câncer de Pele, elaborada pelo grupo Amigos da Pele, será distribuída para a comunidade. “Vamos orientar as pessoas que têm dúvida sobre alguma ferida que não cicatriza, alguma pinta que aumentou de tamanho ou mudou de cor, prestando orientações sobre tratamentos e prevenção”, disse. 

Projeto Amigos da Pele

O projeto Amigos da Pele, idealizado e implementado em 2015 pela dermatologista e professora da Faculdade de Medicina (FM/ UPF) Karen Schons, é vinculado ao programa de extensão da UPF ComSaúde, visando à prevenção dos danos à pele ocasionados pela exposição inadequada, acreditando na mudança do comportamento promovida pelo acesso a informações. 

A equipe de trabalho é composta por alunos do curso de Medicina, coordenados pela professora Gilvana e pela professora e colaboradora Fabiana Tonial. “Desde a sua criação, temos desenvolvido diversas atividades para que seja possível acessar diferentes grupos da comunidade. Dessa forma, promovemos intervenções educativas em escolas, grupos de terceira idade, centros de saúde; realização de pesquisas acadêmicas; participação em eventos de promoção de saúde; participação em eventos científicos, entre outros”, contou a professora Fabiana. 

Além de atuar promovendo atividades de orientação, o projeto trabalhou no desenvolvimento de um aplicativo que está disponível gratuitamente para download para os sistemas Android e IOS. A ferramenta apresenta informações sobre fotoproteção, dicas de uso de fotoprotetores, fornecendo o índice de radiação no momento.

Como prevenir o câncer da pele

A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que as seguintes medidas de proteção sejam adotadas:

• Usar chapéus, camisetas e protetores solares.

• Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10h e 16h (horário de verão).

• Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

• Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e que tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.

• Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.

• Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

• Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.

Fotoproteção

A maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso, todo cuidado é pouco. A exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo e penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.

Sobre os protetores solares (fotoprotetores)

Os fotoprotetores, também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o câncer da pele, o envelhecimento precoce e a queimadura solar.

Radiação UVA e UVB

Um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa entre as 10h e as 16h, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele.

Um fotoprotetor com FPS 2 até 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção UVB. O FPS maior que 50, por sua vez, oferece altíssima proteção UVB. Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aqueles com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 15, no mínimo.

Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA, ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e > 12 altíssima proteção UVA.  Procure por esta classificação ou por valor de PPD nos rótulos dos produtos.

Como escolher um fotoprotetor?

Em primeiro lugar, devemos verificar o FPS, quanto é a proteção relativa aos raios UVA e se o produto é resistente ou não à água. A nova legislação de filtros solares exige que tudo o que o produto anunciar no rótulo deve ter testes comprovando a eficácia.  Outra mudança é que o valor do PPD que mede a proteção UVA deve ser sempre no mínimo metade do valor do filtro solar. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para a incidência de câncer de pele.

O “veículo” do produto – gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência à acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante devem evitar os géis, pois estes são facilmente eliminados.

Como  fazer a aplicação do fotoprotetor?

O produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessária aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens.

É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.

Bronzeamento artificial e saúde

Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada em dezembro de 2009 proibiu a prática de bronzeamento artificial por motivações estéticas no Brasil. Foi o primeiro país no mundo a tomar medidas tão restritivas em relação ao procedimento. Desde então, outras nações com incidência elevada de câncer da pele, como Estados Unidos e Austrália, também tomaram medidas para dificultar a realização do procedimento.

As câmaras de bronzeamento artificial trazem riscos comprovados à saúde, e, em 2009, foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no mesmo patamar do cigarro e do sol.  A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia posiciona-se veementemente favorável à proibição da prática do bronzeamento artificial para fins estéticos em virtude dos prejuízos que tal prática causa à população. O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, e sua prevalência cresce anualmente, o que só reforça a necessidade de apoiarmos todas as medidas que favoreçam a prevenção.