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Acadêmicos visitam escola de Chapada que desenvolve prática pedagógica transformadora

21/09/2016

18:23

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Rosana Farenzena

Os acadêmicos da turma de formandos do curso de Pedagogia da UPF Carazinho, da disciplina de Prática Pedagógica em Educação Infantil vivenciaram, neste mês de setembro, uma experiência curricular que articulou teoria e prática, universidade e escola, infância e natureza. Com o propósito de promover processos de aprendizagens significativos e contextualizados, os estudantes realizaram uma visita de estudos, no dia 13 de setembro, à Escola de Educação Infantil Embalando Sonhos, localizada no município de Chapada, no noroeste do Rio Grande do Sul. A escola possui uma proposta pedagógica diferenciada e foi fundada em 2010 por três egressos do mestrado em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo (Faed/UPF).


Clima lúdico e de aprendizagem marcaram a atividade 


O diferencial da proposta pedagógica desta escola está na garantia dos movimentos livres, da interação com a natureza, de um ambiente favorável à expressão das diversas linguagens e da participação ativa da criança nos processos de decisão. A escola é pequena, única e particular, localizada em um município de colonização alemã, cuja população é de aproximadamente nove mil pessoas. Há seis anos três educadores, egressos do mestrado em Educação da Faed, e de diferentes cursos de graduação da UPF - Clarisse Hendges Stürmer; Adroaldo Stürmer e Rosangela Stürmer - ousaram concretizar o projeto de uma escola transformadora. A escola, que iniciou com sete alunos, possui atualmente quase 50 crianças na Educação Infantil, e, em médio prazo, essa instituição de ensino oferecerá também os anos iniciais do ensino fundamental.

Na parte da manhã, os acadêmicos da UPF conheceram a sede da escola na área urbana, e a sua proposta pedagógica. Já na parte da tarde, vivenciaram as atividades realizadas junto a natureza, na área rural, no Rancho Olho da Coruja, que é uma área rural com mata preservada, bosque dos cipós, nascentes, animais silvestres, cavalos mansos, patos, vacas, porcos, açudes, trilhas, pontilhões e charcos que convidam à travessia e à exploração. De acordo com a professora da disciplina de Prática Pedagógica em Educação Infantil e coordenadora da Brinquedoteca da UPF, Rosana Farenzena, o ambiente é favorável à curiosidade e à vocação investigativa da criança. “Esse território de aventuras, experimentações, socialização, descobertas, e onde são felizes as crianças, tem casa na árvore; redes estendidas sob as árvores; árvores frutíferas e uma diversidade de elementos naturais”, observou a professora.

As crianças da escola participaram de uma expedição pela floresta. Durante o percurso, utilizaram seus cavalos de pau, produzidas por elas. “Ao entrarem na mata preservada teve início a expedição, quando então montaram nos cavalos. A partir desse momento, e ao longo da expedição, diferentes sons produzidos pelos cavalos - relinchar, soprar, guinchar, bufar, grunhir - foram imitados em profusão pelas crianças. Numa das tendas, as crianças pararam para tomar água, e os cavalos foram colocados para ‘descansar’”, relatou Rosana, enfatizando que, geralmente, na escola para a infância, as experiências ficam limitadas às narrativas adultas do pocotó, pocotó..., por desconsideração às capacidades infantis para perceber o conjunto e variações de sonoridades, bem como para uma mobilidade autônoma em espaços não artificializados.

A atividade contou ainda com experiências lúdicas com liberdade e alegria como brincar em poças d’água, caminhada pelo bosque dos cipós, lanchar ao ar livre sentadas sobre o chão natural, atravessar dois pontilhões, um banhado e uma trilha junto a um açude, passear a cavalo, entre outras experiências. A professora Rosana destacou que toda a proposta foi pautada por um clima lúdico, de convivialidade, sem pressões dos adultos, e em momento algum remeteu ao sentido de obrigatoriedade. “Testemunhamos o reafirmar cotidiano de uma comunidade de aprendizagem, constituída na garantia da participação e da pertença, no respeito às linguagens  e subjetividades. Foi inspirador para as acadêmicas, em breve pedagogas, acompanhar uma prática que apresenta alternativas ao modelo escolar que concentra poder unilateral”, ressaltou a professora da UPF.