Ensino

Acadêmicos apresentam estudos na área de construção civil

26/07/2017

16:22

Por: Jéssica França

Fotos: Jéssica França

Problemas em marquises, desempenho de argamassas entre outros assuntos ligados ao setor foram objetos de estudo de acadêmicos em conclusão do curso de Engenharia Civil da UPF

Acadêmicos do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo (Fear/UPF) desenvolveram trabalhos de conclusão de curso na área de Materiais de Construção e Construção Civil. Os estudos foram apresentados durante a V Mostra de Trabalhos de Conclusão de Curso realizada no mês de junho. De acordo com a professora Adriana Augustin Silveira, a construção civil é uma das áreas mais procuradas pelos acadêmicos do curso, o que justificou os 16 trabalhos apresentados com essa temática.

Conforme a professora Adriana, alguns trabalhos foram desenvolvidos na área de Patologia das Edificações ou seja, dos problemas encontrados nas edificações. O trabalho denominado “Análise de Manifestações Patológicas em Marquises de Concreto Armado na Região Central de Passo Fundo - RS”, de autoria da acadêmica Karen Pereira, fez o levantamento de dados sobre os problemas encontrados nas marquises da cidade. “Marquise é um elemento estrutural que fica projetado sobre a calçada, já ocorreram acidentes no Brasil com quedas de marquises inclusive com mortes, então é um trabalho bem interessante que alerta tanto as autoridades relacionadas, quanto os proprietários”, explicou a professora Adriana.

Segundo a acadêmica Karen, a realidade da cidade expõe a comunidade a muitos riscos. Já que muitas estruturas ficam localizadas no alto, por onde passam muitos pedestres. “As pessoas acabam tendo que contar com a seriedade do proprietário do imóvel, já que quando transitam pela calçada são expostas a possíveis acidentes, que podem ocorrer devido a vários fatores”, disse.

O estudo percebeu que as marquises em edificações comerciais, apresentam problemas mais frequentes relacionados a manchas, deslocamento da pintura e trincas. “Nas marquises que compõem edificações mistas, foram encontradas bolhas e manchas de sujicidade, abrangendo 13%. Também apresentaram manifestações patológicas características da inexistente ou ineficiente manutenção predial. A falta da manutenção destes elementos estruturais gera ou agrava uma série de problemas patológicos que podem gerar por vezes até a queda total ou de partes deste elemento estrutural como por exemplo a corrosão das armaduras detectada em algumas marquises analisadas no trabalho, explicou Karen.

Desempenho de Argamassas também foi tema de estudo

Já o trabalho sobre “Avaliação da resistência de aderência em argamassas estabilizadas mistas no decorrer do tempo de utilização”, foi produzido pela acadêmica Nathalie Pinheiro. De acordo com ela, a pesquisa buscou avaliar os efeitos da incorporação de água nas argamassas que ficam armazenadas para serem usadas posteriormente. “Foram realizadas misturas que variavam o teor de aditivo estabilizador de hidratação e que apresentavam ou não incorporação da película de água à mistura, sendo essas avaliadas em três tempos diferentes de estabilização (0, 24 e 48 horas). Além disso, foram avaliados os comportamentos no estado endurecido, tais como a resistência de aderência à tração, calorimetria, resistência à tração na flexão e resistência à compressão”, explicou Nathalie.

Segundo Nathalie, poucas pesquisas avaliam as argamassas estabilizadas, que são um material cada vez mais usado na construção civil, e, por esse motivo, o estudo é relevante para o setor. “A água incorporada às misturas prejudicou todos os aspectos no estado endurecido, não sendo eficiente o uso de argamassa estabilizada mista com incorporação de água após 24 horas. Além disso, o aditivo em conjunto com o traço utilizado não foi eficiente, pois a argamassa não apresentou consistência adequada após 24 horas de estabilização, dificultando a aplicação em forma de emboço, ocorrendo para todas as misturas realizadas”, concluiu Nathalie.

Impermeabilização para combate da água em blocos de concreto

Outro estudo desenvolvido na área de Construção Civil e Materiais de Construção foi produzido pelo acadêmico Volnei de Oliveira. O projeto denominado “Avaliação de sistema de impermeabilização para combate da água de capilaridade em blocos de concreto celular”, buscou compreender como se dá a impermeabilização das vigas baldrames, de maneira a proteger a alvenaria contra a umidade vinda do solo. “As manifestações patológicas causadas pela umidade, além de ocasionarem problemas de insalubridade e afetarem a estética dos ambientes internos e externos, contribuem para acelerar a deterioração dos materiais de construção. Considerado um dos principais problemas da construção civil, a umidade precisa ser contida”, ressaltou Volnei.

O estudo avaliou a eficiência de materiais de impermeabilização flexíveis acerca da ascendência de umidade por capilaridade em blocos de concreto celular. Para isso, foram confeccionados paredes de blocos de concreto celular sobre vigas. De acordo com Volnei, para tornar o experimento mais próximo da realidade, a viga baldrame foi colocada em uma caixa de madeira preenchida com solo argiloso, coberto com uma lamina de água. Aos 7, 14 e 21 dias, foram coletadas amostras com a finalidade de avaliar a umidade em diferentes alturas. “Com base nos resultados obtidos para a configuração do experimento, foi possível reiterar a importância de impermeabilizar a viga baldrame, também no caso de alvenaria de blocos de concreto celular, pela sua elevada absorção de água apresentado índice de absorção de 63%, assim, facilitando a ascensão de umidade no prisma não impermeabilizado”, finalizou.